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Fumante passivo: câncer de pulmão também afeta quem nunca fumou

Foto: Freepik

Quando se fala em câncer de pulmão, é quase automático pensar no cigarro como principal vilão. Mas a realidade é mais complexa, já que muitas pessoas diagnosticadas com a doença jamais colocaram um cigarro na boca. Sim, o câncer de pulmão também acomete quem nunca fumou, e as causas vão desde a qualidade do ar que respiramos até a genética familiar.

De acordo com a oncologista Bruna Carone, do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), o câncer de pulmão não é exclusividade dos tabagistas. “Histórico familiar, exposição a substâncias carcinogênicas (amianto, níquel, fuligem etc.), doenças pulmonares prévias e a própria poluição do ar são fatores que podem estar por trás desses casos”, afirma.

Outro fator pouco falado, mas extremamente perigoso, é o fumo passivo, aquele em que a pessoa não fuma, mas convive com fumantes e respira as substâncias tóxicas liberadas no ambiente. “Fumo passivo é conviver com quem fuma e inalar as substâncias expelidas pela pessoa que está fumando. Ele é perigoso porque você também inala substâncias deletérias e cancerígenas”, alerta a especialista.

Sinais de alerta – Os sintomas do câncer de pulmão, especialmente em pessoas que não fumam, muitas vezes se confundem com quadros respiratórios comuns. Isso atrasa o diagnóstico e, consequentemente, o início do tratamento. Tosse persistente, falta de ar, dor no peito e perda de apetite estão entre os sinais que devem acender o sinal vermelho. “Se eles perduram por mais tempo, deve-se investigar mais a fundo, porque pode não ser só um quadro infeccioso. Nesse caso, precisa de uma avaliação médica e exames de imagem”, orienta a oncologista.

Segundo a médica, a semelhança dos sintomas com os de doenças mais simples faz com que cerca de 60% dos casos de câncer de pulmão sejam diagnosticados em estágios avançados, quando as chances de cura já estão significativamente reduzidas.

O prognóstico e as possibilidades de tratamento variam de acordo com o estágio da doença no momento do diagnóstico e com o tipo específico de câncer de pulmão. Ainda assim, os avanços recentes na pesquisa e nas terapias disponíveis têm contribuído para o aumento das taxas de sobrevivência, principalmente nos casos identificados precocemente.

Ela explica ainda que o diagnóstico do câncer de pulmão é realizado por meio de biópsia, após avaliação clínica e exames de imagem. Para pessoas que nunca fumaram, não há exame de rastreio indicado. Já para os tabagistas, a recomendação é de que realizem uma tomografia anual.

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