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De olho na volta às aulas: como identificar problemas de visão nas crianças?

Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay 

O ano letivo já começou e a rotina escolar pode revelar algumas necessidades das crianças e adolescentes, como uma ida ao oftalmologista. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a miopia, dificuldade para ver de longe, é um dos problemas de saúde pública que mais cresce no mundo. Cerca de 8% das crianças de até 10 anos têm o distúrbio visual, sendo que esse número chega a 15% para jovens de até 15 anos. 

Conforme explica a oftalmologista pediatra Renata Kozlowski, do Hospital IPO/Curitiba/PR, problemas de visão em fase escolar podem afetar o desempenho diário, tanto no aprendizado como na autoestima e na inserção social das crianças e jovens. Entre esses problemas, ela cita a miopia, que faz parte das doenças visuais chamadas de erro – ou vício – de refração, quando a luz não chega nítida na retina e deixa as imagens turvas ou embaçadas; a hipermetropia, dificuldade para enxergar o que está mais próximo dos olhos, e o astigmatismo, dificuldade para focalizar a imagem.

“Alguns hábitos podem piorar a qualidade visual, como o uso excessivo de eletrônicos, falta de exposição solar e pouca atividade ao ar livre”, comenta Renata. De acordo com análise do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), com dados da OMS, o percentual estimado de crianças entre 5 e 15 anos com deficiência visual por erro de refração não corrigidos chega a 23 milhões nas regiões do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Venezuela.

Sinais de alerta – A oftalmologista do IPO pontua que crianças pequenas podem não demonstrar explicitamente a dificuldade visual, mas olhos vermelhos, coceira e lacrimejamento são alguns sintomas para se prestar atenção, além do estrabismo, quando os olhos não ficam paralelos.

De acordo com a médica, “a criança pode apresentar dificuldades de aprendizagem e problemas e lentidão para copiar matérias do quadro ou mesmo na escrita livre, pulando linhas ou escrevendo com letras de diferentes tamanhos”. Por vezes, acrescenta, “a doença visual pode ser até diagnosticada erroneamente como algum transtorno cognitivo, quando o uso de correção óptica poderia solucionar a questão”.

Para remediar os distúrbios visuais, a mais comum é o uso de lentes corretivas – óculos. Lentes de contato também podem ser utilizadas, dependendo do quadro e da recomendação do médico, aponta a oftalmologista. Nesse sentido, destaca, “o ideal é crianças e adolescentes irem pelo menos uma vez por ano ao oftalmologista. Assim, podemos evitar futuros problemas na qualidade de vida dos jovens”, finaliza a especialista.

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