Testes para meningite, disponíveis no SUS e na saúde suplementar, serão apresentados a especialistas em Congresso de Virologia

Pedro Aguiar/Seegene: “testes permitem identificar múltiplos patógenos simultaneamente a partir de amostras de líquido cefalorraquidiano (LCR)”
O Brasil registrou aproximadamente 240 mil a 245 mil casos de meningite e mais de 23.170 mortes confirmadas entre 2010 e 2025. A média anual de casos confirmados variou entre 13 mil e 16 mil nas últimas décadas, com flutuações influenciadas por campanhas de vacinação e pelo impacto da pandemia de COVID-19. Em 2025, até abril, segundo dados do Ministério da Saúde, já foram notificados 1.980 casos e 168 mortes.
Diante desse grave quadro, a partir deste ano, a saúde pública e suplementar do Brasil passam a contar com a incorporação de testes PCR multiplex para detecção de múltiplos agentes bacterianos, virais e fúngicos causadores de meningites e encefalites. “Esses testes são recomendados para uso hospitalar e laboratorial, facilitando decisões clínicas rápidas em casos de suspeita de meningite aguda, ou seja, são determinantes para o início efetivo de tratamentos”, explica o biólogo Guilherme Ambar, CEO da Seegene Brasil, uma das maiores fabricantes mundiais desse tipo de teste, que será apresentado a pesquisadores, médicos, estudantes de medicina e demais profissionais da saúde, durante o 36º Congresso Brasileiro de Virologia (CBV) & 20º Encontro de Virologia do Mercosul (EVM), que será realizado de 20 a 23 de novembro, no campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte/MG.
De acordo com o gerente técnico e científico da Seegene, Pedro Aguiar, a empresa oferece diferentes painéis de testes moleculares para detecção de meningite, baseados em PCR em tempo real multiplex. “Eles permitem identificar múltiplos patógenos simultaneamente a partir de amostras de líquido cefalorraquidiano (LCR)”, destaca.
A Seegene possui três testes relacionados à detecção de meningite que podem ser combinados em um painel abrangente: o Allplex Meningitis-B Assay, específico para detecção de seis bactérias causadoras de meningite (Escherichia coli K1, Streptococcus do grupo B, Haemophilus influenzae, Listeria monocytogenes, Neisseria meningitidis e Streptococcus pneumoniae); o Allplex Meningitis-V1 Assay, que detecta sete vírus associados à meningite (citomegalovírus, Epstein-Barr, herpes simples tipos 1 e 2, herpes humano 6 e 7, varicela-zoster); e o Allplex Meningitis-V2 Assay, que detecta cinco vírus (adenovírus, enterovírus, parecovírus humano, vírus da caxumba e parvovírus B19); estes três testes podem ser combinados no Allplex Meningitis Panel Assay, um painel completo que detecta e identifica 18 patógenos causadores da doença (12 vírus e 6 bactérias) na mesma rotina, utilizando tecnologia exclusiva para análise simultânea.
Pedro Aguiar ressalta que as meningites bacterianas são mais comuns no outono e inverno, enquanto as virais predominam na primavera e no verão, afetando estatisticamente mais homens do que mulheres. “Ao apresentar sintomas como febre alta ou persistente, rigidez de nuca com dificuldade para encostar o queixo no peito, alterações no estado mental (confusão, sonolência, irritabilidade ou agitação), dor de cabeça intensa e diferente do habitual, muitas vezes acompanhada de rigidez no pescoço, náuseas, vômitos, aumento da sensibilidade à luz (fotofobia) ou manchas vermelhas na pele que podem parecer picadas ou erupções, deve-se procurar imediatamente um centro médico”, recomenda.
O gerente técnico e científico destaca ainda a relevância da vacinação. Segundo o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal dos imunizantes oferecidos pelo SUS é elevada em todo o país, com índices superiores a 90%.




