Nescon da UFMG realiza nova fase de pesquisa nacional sobre cobertura vacinal
Estudo foi iniciado para analisar as causas da queda dos indicadores de cobertura vacinal e dá ênfase para o fenômeno da hesitação vacinal e desinformação.
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O Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon) da Faculdade de Medicina da UFMG vai coletar novos dados para a Pesquisa Nacional sobre Cobertura Vacinal, seus Múltiplos Determinantes e as Ações de Imunização nos Territórios Municipais Brasileiros. A ação será realizada em parceria com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). O objetivo é analisar a situação atual, em comparação com os aspectos consultados há dois anos e identificar os principais desafios para a efetividade da política e das ações de imunização no país.
Chamada de “terceira fase”, a equipe de pesquisadores realizará uma nova rodada de levantamentos para comparar os dois períodos. “Queremos avançar na produção do conhecimento e trazer o debate sobre a hesitação vacinal para o público. Entendemos que é um momento oportuno para reforçar a agenda junto aos agentes responsáveis pela imunização, por meio do Conasems”, afirma Daisy Maria Xavier de Abreu, pesquisadora do Nescon.
A primeira fase, que aconteceu em 2021, analisou os principais indicadores de cobertura vacinal e entrevistou profissionais de saúde e a população das cidades brasileiras. Sua abrangência foi nacional, sendo que coordenadores de imunização de 4690 municípios (84,2% do total) responderam a um amplo questionário sobre a estruturação das ações de imunização. Já a segunda etapa, desenvolvida em 2022, promoveu oficinas de capacitação com agentes dos municípios participantes da pesquisa e criou o Painel dos Indicadores de Imunização, que apresenta um panorama desses indicadores por diferentes dimensões, entre 2010 e 2022.
Resultados – Segundo o levantamento, as pessoas continuam acreditando na importância da vacinação. Para 98% dos entrevistados as vacinas são importantes para a própria saúde, enquanto 92% afirmam que todas as vacinas recomendadas pelo SUS são benéficas. A desinformação em redes sociais e a baixa percepção de risco estão ligados ao fenômeno da hesitação vacinal no país. Quase 20% acreditam que não precisam de vacinas para doenças que não são mais comuns. 72,8% dos entrevistados confirmaram ter medo de efeitos colaterais, enquanto 37,6% afirmaram medo de agulha. Além disso, 24% disseram que consultam fontes das redes sociais antes de tomarem a decisão de se vacinar.
Para Daisy Maria Xavier, a saúde pública possui desafios complexos pela frente e a comunicação pode ser grande aliada para as autoridades.