Ausência da menstruação e quando é hora de procurar ajuda médica
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Na atualidade, a educação menstrual é cada vez mais presente no cotidiano da população. Se antes o tema era um tabu, sendo a menstruação alvo até de mitos bizarros – como aqueles que proibiam as mulheres de lavar o cabelo, cozinhar ou andar descalça, estando menstruada -, hoje é crescente o número de pesquisas e informações úteis relacionadas ao assunto, reafirmando a menstruação como algo natural, um fato biológico que sinaliza saúde. Mas e quando ela simplesmente não vem?
O ciclo menstrual pode variar entre 25 a 35 dias e não há problema que ele atrase ou adiante um pouco. Contudo, se passar de 40 dias e não houver menstruação, já não é comum. Nesses casos, o melhor é buscar ajuda médica, conforme orienta a Dra. Mariana Grecco, ginecologista e obstetra especialista em Reprodução Humana, de São Paulo/SP.
Segundo ela, a primeira causa de atraso menstrual que precisa ser excluída é a gravidez. “Se não for isso, é necessário fazer uma investigação para observar se há alguma razão hormonal envolvida, a exemplo da Síndrome de Ovários Policísticos (SOP), alterações da tireoide, no hormônio da prolactina ou em outros deles”.
Afim ao tema, uma pesquisa realizada pela Famivita, com mais de mil mulheres, revelou um pouco mais sobre a dimensão do problema no dia a dia feminino. Nela, 36% das participantes afirmaram que tomariam algum remédio para favorecer seu ciclo. Principalmente as mulheres que têm dificuldade para menstruar responderam positivamente acerca do assunto, com 51%. Além disso, 25% delas apontaram já haver usado medicação para regular a menstruação.
Soluções variadas – Uma vez afastada a possibilidade da gravidez, há várias alternativas que podem ser utilizadas nesse contexto de ausência menstrual. “Uma delas é elevar propositalmente os níveis de progesterona no organismo, através de medicação. Isso pode ser feito tanto por via oral, como pelo chamado ‘óvulo vaginal’, uma preparação sólida, similar ao supositório, composta por medicamentos e administrada via vaginal, como o próprio nome diz”, ressalta a Dra. Mariana, explicando como isso funciona dentro do corpo feminino.
De acordo com a médica, após a ovulação, surge o corpo lúteo – estrutura que se forma para favorecer a implantação do embrião e que produz naturalmente a progesterona. “Se não há gravidez, esse corpo lúteo é absorvido. Em seguida, a progesterona cai e logo acontece a descamação do endométrio e a menstruação. Quando não está ocorrendo a ovulação, a gente administra a progesterona, porque ela não está sendo produzida, e, então, suspende a substância. Dessa maneira é como se o organismo pensasse que “ovulou”, fazendo a menstruação acontecer”. Vale lembrar, porém, que a dosagem ideal desse componente deve ser decidida pelo médico, assim como a quantidade de dias de uso do medicamento.