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Como cuidar de idosos depressivos e com demência

Imagem: freepik

A demência é uma condição em que ocorre o declínio da função cerebral e está diretamente ligada à perda da capacidade de executar tarefas do dia a dia. Esse termo é usado para definir um conjunto de doenças neurodegenerativas que afetam principalmente pessoas na terceira idade. Segundo uma pesquisa da Global Burden of Disease publicada no Lancet Public Health, até 2050 o número de brasileiros vivendo com demência deve aumentar 206%. Isso quer dizer que a quantidade de pessoas com a doença no país deve saltar de 1,8 milhões para 5,6 milhões.

Segundo um estudo da National Library of Medicine, liderado pela Universidade Federal de São Paulo, a maioria das pessoas com demência vive em países de baixa e média renda. No Brasil, 32% dos casos podem ser relacionados a fatores de risco, como baixa escolaridade, hipertensão, obesidade, diabetes, sedentarismo, depressão e tabagismo.

Cuidar de pessoas com esse diagnóstico é desafiador, uma vez que cuidadores e/ou familiares precisam se adaptar aos vários sintomas como ansiedade, alteração de humor, irritação, agitação, dificuldades para dormir, perda de memória e alteração da linguagem.

Janaína Rosa, Enfermeira e Coordenadora Técnica da Home Angels Brasil, rede de cuidadores de pessoas supervisionadas, explica que no dia a dia é necessário fazer algumas adaptações para facilitar os cuidados e aumentar a qualidade de vida da pessoa idosa, conforme pontua a seguir: 

Estabeleça rotinas e comunique o que será realizado – Idosos com demência precisam ser condicionados a realizarem atividades cotidianas. Para isso, é importante planejar o que será realizado durante o dia, criar rotinas e comunicar os horários para higiene pessoal, alimentação, assistir televisão, entre outras atividades. “Quando a pessoa com demência segue uma rotina e recebe a informação antes de realizar a atividade, diminuem-se as chances de agitação e facilita os cuidados. É importante ressaltar que a pessoa idosa pode continuar realizando algumas atividades de forma independente, por isso, estimule a autonomia”, explica.

Reatar hobbies antigos – “Cheque as atividades que ele gostava de fazer antes da doença e use-as como um elo. Se a pessoa gostava de cozinhar, por exemplo, use o preparo dos alimentos como uma forma de ficar mais próximo e criar vínculo. É importante ressaltar que toda atividade realizada por uma pessoa nessas condições precisa de supervisão”, alerta a profissional.  

Hora do banho – O banho é um capítulo à parte, já que para muitos é sempre um momento de irritação. “Uma dica que ajuda a diminuir essa alteração comportamental são sons da natureza, flores, músicas e instrumentais e quadros no banheiro com imagens de campo. Esses artifícios ajudam a tranquilizar”, afirma Janaína. 

Mantenha-o seguro – Conforme a idade avança e a doença progride, ocorrem alterações físicas como a perda de equilíbrio, problemas de visão e audição. Por isso, é muito importante manter o ambiente seguro. “O ambiente em que o idoso permanece por mais tempo deve sempre ter boa iluminação e os objetos de uso pessoal de fácil acesso. Outra dica é retirar tapetes, investir em pisos antiderrapantes, barras de segurança e retirar objetos que atrapalhem a locomoção do idoso em casa”, completa a coordenadora.

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