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Dia dos Namorados: paixão pode afetar diferentes áreas do cérebro e influenciar decisões

Estar apaixonado ativa regiões ligadas ao sistema de recompensa envolvidas com prazer, motivação e reforço positivo, afirma neurologista

Foto: Divulgação

O Dia dos Namorados, comemorado em 12 de junho, movimenta casais em todo o Brasil com declarações, presentes, jantares e surpresas. Mas além das flores e do romantismo, existe algo ainda mais profundo acontecendo dentro do cérebro. De acordo com a neurocientista da BrainEstar, Dra. Emily Pires, de São José dos Campos/SP, a paixão pode ativar diferentes áreas cerebrais ligadas ao prazer, à motivação e ao desejo de estar perto da pessoa amada, o que ajuda a explicar as decisões impulsivas e o porquê do outro ocupar todos os pensamentos. 

Segundo a neurocientista, quando se está apaixonado, substâncias como dopamina, oxitocina e cortisol são liberadas em grande quantidade. A dopamina é responsável por gerar euforia e o encantamento típicos do início de um relacionamento; já a oxitocina fortalece a sensação de vínculo e confiança; e o cortisol, associado ao estresse, ajuda a explicar a ansiedade, o nervosismo e até o famoso “frio na barriga”.

Conforme explica a especialista, “estar apaixonado ativa regiões ligadas ao sistema de recompensa, como a área tegmentar ventral (VTA), o núcleo accumbens, córtex pré-frontal ventromedial, amígdala (associada às emoções) e hipocampo (relacionado à memória emocional). Essas áreas estão envolvidas com prazer, motivação e reforço positivo. É como se o cérebro dissesse: quero mais disso”.

Segundo Emily, essa avalanche de sentimentos é o que torna tudo mais intenso no início de um relacionamento. “A química do cérebro nos impulsiona a agir, buscar proximidade e entregar-se. Além disso, áreas relacionadas ao julgamento e à tomada de decisão ficam menos ativas, o que pode nos deixar ainda mais impulsivos”, ressalta.

Porém, esse estado de encantamento, explica a neurocientista, costuma ter um tempo limitado, entre seis meses e dois anos, mas isso não significa o fim do sentimento, e, sim, uma transformação para o amor verdadeiro. “A fase inicial da paixão é marcada por impulso e euforia, mas, conforme a relação amadurece, o cérebro passa a reforçar o vínculo por meio de confiança, parceria e segurança. O amor verdadeiro, nesse sentido, é uma química que evolui com o tempo, saindo da ‘explosão’ da paixão para a ‘arquitetura do vínculo’”, observa Emily.

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