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Glaucoma:  cuidado, a doença pode causar cegueira irreversível

“Fatores como idade avançada, histórico familiar, raça e o uso prolongado de corticosteroides também estão associados ao desenvolvimento da doença”

 Foto: Freepik- Divulgação

O glaucoma é uma doença ocular crônica e silenciosa que afeta o nervo óptico, podendo levar à cegueira irreversível. Na maioria dos casos, não apresenta sintomas nas fases iniciais, o que torna o seu diagnóstico precoce ainda mais essencial.

Segundo o Ministério da Saúde, os atendimentos ambulatoriais relacionados ao glaucoma saltaram de 4,7 milhões em 2023 para mais de 5,2 milhões em 2024, representando um aumento de 10%. Em 2025, somente nos dois primeiros meses do ano, já foram registrados mais de 860 mil atendimentos.

 De acordo com o especialista em glaucoma Gustavo Mesquita, do Hospital Japonês Santa Cruz/São Paulo/SP, a pressão intraocular elevada é o principal fator de risco, mas não é o único. Segundo ele, “o glaucoma também pode ocorrer mesmo com a pressão considerada normal. Fatores como idade avançada, histórico familiar, raça negra e o uso prolongado de corticosteroides também estão associados ao desenvolvimento da doença”.

Embora não haja cura, o controle do glaucoma é possível, especialmente com tratamento adequado e mudanças no estilo de vida. “Dormir mal, especialmente com a cabeça em posições que pressionam os olhos, e o estresse crônico, podem interferir na pressão intraocular. Alimentação equilibrada, sono adequado e técnicas de relaxamento ajudam na adesão ao tratamento e no controle da doença”, explica o médico.

Outro fator que merece atenção é o uso excessivo de telas. Ainda que não haja comprovação de que isso cause glaucoma, pode dificultar o diagnóstico. “A exposição prolongada a celulares e computadores causa fadiga ocular, o que pode mascarar sinais sutis da doença”, alerta.

Nos estágios iniciais, a perda de visão periférica costuma ser lenta e imperceptível. Já o glaucoma agudo, mais raro, exige atenção imediata, uma vez que provoca dor intensa nos olhos, visão turva e náuseas.

De acordo com o Dr. Gustavo Mesquita, os avanços tecnológicos são aliados do diagnóstico precoce. “Os desenvolvimentos mais promissores estão ligados a exames de imagem de alta precisão, como a tomografia de coerência óptica (OCT), que permite detectar alterações nas fibras nervosas da retina antes que haja qualquer sintoma ou perda visual perceptível”. Contudo, ressalta, é fundamental realizar visitas frequentes ao oftalmologista. “O exame ocular é o mais importante, não só para diagnosticar o glaucoma antes que ocorra dano visual, mas, também, para determinar aqueles pacientes que necessitam de investigação e acompanhamento. Isso aumenta as chances de detectar e tratar o glaucoma em estágios iniciais”, conclui.

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