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Obesidade – se quiser engravidar, cuide de seu peso

Dra. Claudia Navarro: “a obesidade provoca problemas cardiovasculares, afeta a estrutura anatômica e provoca desequilíbrio hormonal”.

Foto: Divulgação

O sobrepeso é um sério problema de saúde atualmente, e as mulheres têm dúvidas se a obesidade dificulta engravidar, seja naturalmente ou com ajuda das técnicas de reprodução assistida. Segundo a especialista em Reprodução Assistida, Dra. Cláudia Navarro, de Belo Horizonte/MG, além de diversos males que o excesso de peso causa à saúde, ele ainda altera significativamente as taxas de sucesso para concepção dentro de um ciclo natural, ou seja, “prejudica a capacidade reprodutiva, impactando na fertilidade”.

Dados da ONG World Obesity Federation revelam que, até 2035, mais de 4 bilhões de pessoas terão sobrepeso ou obesidade – mais da metade da população mundial (51%). No Brasil, a estimativa é que 41% da população seja obesa em 2035.

Obesidade e fertilidade – A obesidade provoca problemas cardiovasculares, afeta a estrutura anatômica e também provoca desequilíbrio hormonal. Por essa última consequência, existe alta incidência de disfunções menstruais e anovulação (falta da ovulação). “O risco de subfecundidade e infertilidade, aborto e complicações na gravidez aumentam nessas mulheres”, destaca a médica. Além disso, o excesso de peso altera os níveis de insulina que o pâncreas libera e, como consequência, ocorre produção anormal de hormônios pelos ovários. Nesses casos, a ajuda de um especialista em infertilidade pode ser necessária, com alternativas como indução da ovulação, inseminação intrauterina ou até mesmo a fertilização in vitro.  Nesse sentido, ressalta a especialista, “antes de se iniciar o tratamento, é indicada perda de peso com acompanhamento multidisciplinar”.

Fertilização In Vitro – Segundo dados da Fertility and Sterility, revista científica americana, os índices de massa corporal (IMC) influenciam consideravelmente os tratamentos de fertilização in vitro. Um estudo levou a campo 240 mil pessoas, comparando mulheres com IMC de 18,5 a 24,9 (não obesas) com aquelas com IMC mais elevado. O resultado foi que as taxas de gravidez caíram progressivamente, de acordo com o aumento da massa corporal.

A pesquisa revelou ainda que a obesidade também tem impacto negativo nos resultados de fertilização in vitro (FIV) em ciclos realizados para casos de síndrome do ovário policístico. Além disso, o estudo também afirma que filhos de mães obesas, a longo prazo, têm maiores chances de obesidade na infância ou adolescência.

Consequências da obesidade na gestação – De acordo com Cláudia Navarro, se, mesmo com sobrepeso, a mulher tiver sucesso para engravidar, é importante tomar cuidados durante a gestação, já que a obesidade aumenta as chances de aborto e também pode causar problemas como pré-eclampsia e diabetes.

No caso de mães diabéticas, há cerca de 50% de chances de que ocorra macrossomia fetal, ou seja, excesso de peso fetal para a idade gestacional, e hipoglicemia. Na pré-eclampsia pode ser necessário interromper a gravidez antes da hora, o que irá provocar a prematuridade fetal com todas suas consequências”, ressalta a médica.

Controle do peso – Manter uma dieta balanceada é fundamental para mãe e filho. O ganho de peso na gestação é normal, mas há limites estipulados individualmente para cada mulher. Quem está com peso ideal costuma ganhar em torno de 10 kg. Já quem apresenta sobrepeso deve manter esse aumento em, no máximo, 7 kg.

Ser acompanhada por profissionais capacitados e manter hábitos saudáveis são fatores importantes durante a gestação. Maus hábitos alimentares nesse período, por exemplo, resultam em consequências após o parto. Quase 50% das mulheres mantêm os quilos adquiridos na gestação. Então, fique de olho e sempre que necessário procure seu médico.

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