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Pedras nos rins podem ser prevenidas

Boa hidratação e cortar o consumo de sódio ajudam a evitar pedras nos rins

Imagem de Julien Tromeur por Pixabay 

Popularmente conhecidos como “pedras nos rins”, os cálculos renais são formações rígidas que surgem nos rins ou no trato urinário, resultado do acúmulo de cristais presentes na urina. Essas partículas se formam a partir de sais e minerais dissolvidos que adquirem forma endurecida quando atingem níveis elevados. As pedras podem ser pequenas inicialmente, mas, com o passar tempo, aumentam de tamanho até preencherem estruturas internas ocas dos rins.

CAUSA – A formação de cálculos renais acontece por diversos fatores, sendo a baixa ingestão de líquidos o principal deles. O médico Gabriel Barbosa, tutor do departamento de Urologia da Prevent Senior, esclarece que quem bebe pouco líquido, produz pouca urina, que acaba ficando mais concentrada que o normal. “Chega um determinado ponto que a urina, de tão concentrada, começa a produzir cristais, que se agregam e formam pequenos cálculos, podendo crescer, migrar e gerar complicações”, explica.

Outras causas importantes para formação de cálculos renais são:

– Distúrbios genéticos;
– Alterações anatômicas;
– Infecções urinárias de repetição;
– Obstrução das vias urinárias;
– Distúrbios metabólicos do ácido úrico ou da glândula paratireoide.

Sintomas – Em muitos casos, a presença dos cálculos renais pode ser assintomática e passar despercebida. Em outros, o paciente sofre com dores intensas, que começam nas costas e se espalham pelo abdômen.

A cólica renal intensa, associada a vômitos e mal-estar, é típica do cálculo em migração, já no ureter (tubo que transporta a urina até a bexiga), não sendo comum para cálculos ainda localizados nos rins. Outros sintomas que podem surgir são:

– Febre;
– Sangue na urina;
– Infecções urinárias;
– Diminuição ou suspensão do fluxo urinário;

Diagnóstico – O diagnóstico pode ser feito com exames de imagem, desde uma radiografia simples até ultrassonografia ou tomografia computadorizada de abdômen total. Esse terceiro procedimento é o mais recomendado, pois avalia os cálculos com maior precisão, além de apresentar detalhes anatômicos importantes para traçar os planejamentos terapêuticos.

Tratamento – O tratamento depende de inúmeros fatores, como a presença de sintomas ou não, tamanho e dureza dos cálculos, posição das pedras, entre outros. De modo geral, cálculos pequenos e assintomáticos não necessitam tratamento especial a não ser aumentar a hidratação para diminuir a velocidade de crescimento desses cristais. No entanto, explica o urologista Gabriel Barbosa, os cálculos – um pouco maiores ou sintomáticos, devem ser tratados. “Há tratamentos menos agressivos, como a litotripsia extracorpórea, mas, com frequência, é necessário algum procedimento cirúrgico”, ressalta o especialista.

Segundo ele, para cálculos não muito grandes, cirurgias podem ser realizadas por via uretral, sem cortes. Se os cálculos forem volumosos, podem ser necessárias cirurgias de maior porte, em que é realizado um pequeno corte para acesso ao rim diretamente.

Nos pacientes com cálculos pequenos e assintomáticos, o acompanhamento sem tratamento especial é seguro. Nestas situações, recomenda-se repetir exames de imagem periodicamente para avaliar se está ou não havendo crescimento. Já para os cálculos um pouco maiores, um tratamento especial é o mais indicado, pois essas pedras podem migrar pelo ureter, provocando obstrução e muita dor, ou seja, o risco é maior.

Em casos de cólica renal, alguns casos podem demandar um procedimento cirúrgico com urgência, por exemplo, quando a obstrução está associada a infeção urinária, com sérios riscos à vida. Dependendo do quadro, os médicos também podem receitar medicamentos.

Prevenção – O consumo regular de água é, certamente, a principal maneira de prevenir pedras nos rins. A água ajuda a diluir substâncias químicas que podem causar cristais, pois deixa a urina menos concentrada. Recomenda-se que as pessoas consumam, em média, 2 litros de água por dia.

Outra medida de prevenção importante é evitar – ou pelo menos diminuir – a ingestão de sódio, muito presente em alimentos industrializados. O sódio aumenta a produção de ácido úrico, fósforo, oxalato e cálcio, substâncias que podem provocar surgimentos de cálculos renais.

Também pensando em prevenção, recomenda-se evitar a ingestão de bebidas alcoólicas ou, ao menos, consumir de maneira moderada, sempre acompanhadas de doses de água. O uso abusivo de álcool provoca desidratação e prejudica as funções renais.

Mais atenção durante o calor – De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), os casos de pedras nos rins aumentam 30% durante o verão, em comparação com as outras estações do ano. Isso se deve ao fato de que, com o clima mais quente, as pessoas perdem mais líquidos do corpo por meio da transpiração e da respiração. Essa desidratação, quando aliada à baixa ingestão de líquidos, acaba resultando na formação de cálculos.

Uma maneira prática de verificar se você está com a hidratação em dia é prestar atenção na coloração da sua urina. Se ela estiver muito amarelada, significa que é necessário um aumento no consumo de água.

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