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Ver para viver melhor: ação transforma saúde ocular em aldeia indígena

Alunos voluntários estiveram imersos em uma série de atividades essenciais na aldeia

Foto: Divulgação

A Afya Faculdade de Ciências Médicas de Ipatinga/MG divulga o projeto “Prevenção da Saúde Ocular no Âmbito da Saúde Coletiva“. A iniciativa levou, entre os meses de fevereiro e junho, cuidados oftalmológicos essenciais à Aldeia Gerú Tucunã Pataxó, localizada no município de Açucena, Minas Gerais.

O projeto, liderado pelas professoras Analina Furtado Valadão, Fabiana Athayde Martins Araújo e Tatianne Fernandes Duarte, promoveu a prevenção de doenças oculares e melhorou a qualidade de vida dos 88 moradores da aldeia, composta por 38 homens e 50 mulheres, incluindo crianças e idosos. 

De acordo com estudo do Centro de Documentação Eloy Ferreira (Cedefes), atualmente há 19 etnias indígenas que habitam em Minas Gerais. Segundo a professora da Afya Ipatinga, Fabiana Athayde, iniciativas como essa ampliam o acesso das comunidades indígenas aos serviços de saúde.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que aproximadamente 285 milhões de pessoas vivem com problemas na visão e, entre 60% a 80% dos casos podem ser evitados e tratados. No Brasil, mais de 1,5 milhão de pessoas sofrem com a cegueira, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

Alunos voluntários da instituição estiveram imersos em uma série de atividades essenciais na aldeia. Foram realizadas triagens de acuidade visual, exames de refração, fundo de olho direto e tonometria com tonômetro portátil, um equipamento fundamental para a medição da pressão intraocular e detecção de condições como o glaucoma.

A professora Analina explica que o problema de doenças como miopia, catarata e glaucoma, por exemplo, muitas vezes se desenvolvem sem dar sinais e quando a pessoa percebe, o quadro já pode estar avançado. “O mais triste é saber que, na maioria das vezes, bastaria um exame simples para detectar e tratar precocemente. Em muitas comunidades, principalmente nas mais vulneráveis, o acesso à saúde ocular ainda é um desafio enorme. Crianças que não conseguem enxergar o quadro na escola, trabalhadores que perdem desempenho, idosos que deixam de sair de casa porque não enxergam direito, são situações reais e evitáveis.”

Um dos pilares da iniciativa foi garantir o acesso à correção visual. Aqueles que necessitavam receberam óculos de forma gratuita, graças à colaboração de campanhas de arrecadação de armações e parcerias estratégicas com empresas fornecedoras de lentes. 

O Cacique Baiara comentou sobre a importância do projeto para a sua comunidade. “Nem todas as famílias têm essa oportunidade de usar óculos, né? Eu acho que depois desse trabalho com nossa comunidade, com os professores, isso vai ser muito importante, porque vai ajudar na avaliação de cada família e de cada criança. Acho que isso vai fortalecer muito a nossa comunidade aqui. Esse trabalho em conjunto com a faculdade é de grande importância para nosso povo indígena. Poder conhecer vocês e dialogar sobre as necessidades das comunidades indígenas hoje em dia é algo fundamental.”

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