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Alta incidência de dengue reforça adoção de medidas preventivas

 Dra. Renata D’Avila Couto: “o infectado pode apresentar sintomas iniciais comuns a várias doenças, tendo febre, dor de cabeça (atrás dos olhos, principalmente), dores fortes pelo corpo, manchas pela pele (exantema) e, em alguns casos, náuseas e diarreia”. Foto: Pixabay

        O Ministério da Saúde iniciou a distribuição das vacinas imunizantes contra a dengue para a vacinação do público-alvo inicial pelo Sistema Único de Saúde (SUS): crianças de 10 e 14 anos, conforme recomendação da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da Organização Mundial de Saúde (OMS). As regiões e faixa etária selecionadas atendem critérios específicos, como o porte dos municípios, taxa elevada de transmissão da doença entre 2023 e 2024, maior número de hospitalização na idade selecionada, entre outros fatores.

Essa definição prioritária foi necessária em virtude da capacidade limitada de fornecimento das doses pela fabricante da vacina. Na rede particular a vacina contra dengue está indicada para pessoas de 4 a 60 anos, sendo o esquema completo com 2 doses e intervalo de 3 meses. Contudo, neste momento de aumento de casos no Brasil e a vacinação ainda restrita, o reforço governamental e dos hospitais públicos e privados é de que haja intensificação na prevenção, com cuidado constante para a eliminação dos focos do mosquito transmissor dentro do domicílio e arredores, além de uso frequente de repelentes.

A dengue é uma doença infecciosa febril aguda transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. O ciclo de vida do microrganismo ocorre em quatro etapas: ovo, larva, pupa e adulto, sendo o foco do depósito dos ovos para o início desse processo de desenvolvimento o acúmulo de água limpa e parada em recipientes, vasos de plantas, pneus, calhas entupidas e garrafas. O ciclo leva 7 dias, portanto é indicado que a população monitore os possíveis reservatórios pelo menos uma vez por semana em suas casas, não permitindo que o mosquito se desenvolva e possa transmitir a doença.

“É extremamente importante criar essa rotina semanal. Com a alta de casos no Brasil é primordial fazer uso do repelente e de telas de proteção sempre que possível, além de estar atento para a higienização de bebedouros. Essas atitudes fazem a diferença e protegem tanto o indivíduo quanto as pessoas que estão ao seu redor”, explica a infectologista Renata D’Avila Couto, do Sabin Atibaia, Atibaia/SP.

Segundo a médica, os quadros clínicos da dengue são benignos na maioria das vezes, mas pode haver evolução para uma doença mais grave e até ao óbito. Os principais fatores para a gravidade incluem: a idade (crianças e idosos), infecção anterior por dengue, gestantes, histórico de doenças do indivíduo (problemas no coração, rins, obesidade, diabetes, entre outros). “Os quatro sorotipos da dengue classificados em 1, 2, 3 e 4 podem levar a manifestações leves ou mais complicadas da doença. O importante é estar atento aos sinais de alarme e se hidratar adequadamente.”, reforça Renata D’Avila.

De acordo com a especialista, o infectado pode apresentar sintomas iniciais comuns a várias doenças, tendo febre, dor de cabeça (atrás dos olhos, principalmente), dores fortes pelo corpo, manchas pela pele (exantema) e, em alguns casos, náuseas e diarreia. Porém, existem sinais de alerta, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, queda da pressão arterial e qualquer sangramento, incluindo de mucosas do nariz e gengiva.

“Muitas pessoas acreditam que não apresentando mais febre que o risco de evolução da dengue passou. Porém, a fase crítica da doença é entre o terceiro e sexto dia do início dos sintomas, quando a pressão baixa pode ser um sinal inicial de agravamento da doença. Se houver suspeita, procure imediatamente a unidade de saúde perto da sua casa e fique atento aos sinais de alarme. A hidratação intensa é fundamental no tratamento da dengue”, acrescenta Renata D’Avila.

Além disso, adverte: “mesmo que o paciente já tenha tido dengue anteriormente, ele continua com risco de ser infectado novamente e adoecer, aumentando as chances de evolução para um quadro mais grave.  Para esses casos, a vacina está fortemente indicada. Mas, de qualquer forma, atentar-se para a importância de uso de repelentes por todos, inclusive por quem está com dengue, ajuda a impedir que o mosquito pique e transmita a doença para pessoas da mesma residência, vizinhança, trabalho, entre outros espaços”.

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