Psoríase: importância da informação sobre a doença

A doença dermatológica muitas vezes está associada a outras condições, como obesidade, pressão alta e problemas nas articulações.
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Segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), entre 3 milhões e 5 milhões de brasileiros convivem com a psoríase, doença inflamatória dermatológica/autoimune, o que corresponde, em termos comparativos, quase a população de um estado como o Amazonas. Embora ela afete um grande número de pessoas, ainda há estigma e falta de informação sobre a doença para ampliar a conscientização.
Em termos gerais, ela é classificada como não contagiosa e crônica, causada por uma resposta anormal e desregulada do sistema imunológico. A principal característica da psoríase são lesões na pele, geralmente em forma de placas avermelhadas com descamação (eritemo-escamosas)
O que muita gente não imagina é que a psoríase pode estar associada a outras comorbidades, como obesidade, pressão alta e problemas nas articulações, como a artrite psoriásica. Essas comorbidades costumam estar associadas às formas mais graves da doença— que representam cerca de 20% dos casos. Segundo o Ministério da Saúde, os outros 80% são classificados como leves a moderados e, geralmente, podem ser controlados com tratamentos tópicos.
A forma mais comum da doença se apresenta com lesões escamosas simétricas que costumam surgir em regiões como joelhos, cotovelos, couro cabeludo e parte inferior da coluna. Os pacientes enfrentam crises de coceira e dor, que podem comprometer a saúde mental devido às noites mal dormidas. A doença causa tem também impacto negativo na autoestima.
Conforme destaca o Dr. Jonas Balan de Padua, diretor médico sênior de Imunologia da Eli Lilly do Brasil, “muitas pessoas já ouviram falar de psoríase, mas ainda há muita desinformação. Isso faz com que muitos pacientes demorem a receber o diagnóstico, sofram com estigmas e até deixam de investigar os riscos associados à doença”, afirma.
Alguns fatores podem agir como gatilhos para os pacientes. O clima, sobretudo os dias frios, é um deles. Estresse, infecções e alguns medicamentos — como anti-inflamatórios e corticosteroides — também estão entre os fatores que podem desencadear a doença. A psoríase costuma se manifestar na vida adulta, geralmente entre os 20 e 50 anos. “Quando surgem sintomas, é muito importante procurar um dermatologista para avaliação e tratamento”, destaca Jonas.
Artrite psoriásica – Cerca de 20% a 30% das pessoas com psoríase podem desenvolver artrite psoriásica, uma forma de artrite que pode afetar a pele, as unhas, as articulações periféricas, o esqueleto axial (coluna vertebral e pelve), as inserções de tendões e ligamentos, e os dedos. As dores provocadas pela doença são limitantes e comprometem tanto o bem-estar quanto a rotina dos pacientes. Os sintomas articulares geralmente vêm à tona após 12 anos do início das lesões de pele da psoríase, conforme relatos de cerca de 84% das pessoas com artrite psoriática.5
As duas doenças compartilham uma série de comorbidades associadas. Além da obesidade e doenças cardiovasculares, como a hipertensão, os pacientes têm um risco de desenvolver síndrome metabólica, diabetes, alterações no colesterol, doenças autoimunes, osteoporose, doenças inflamatórias intestinais, transtornos psiquiátricos, problemas renais, distúrbios neurológicos e pulmonares. Nesse sentido, ressalta o Dr. Jonas, “o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são imprescindíveis para propiciar um controle dessas doenças e, dessa forma, evitar sua progressão, garantindo maior qualidade de vida para os pacientes”.


