Medicina Fetal: a importância da conscientização dos pais
O Dr. Fábio Batistuta, especialista em Medicina e Cirurgia Fetal
Cada vez mais os casais que desejam ter um filho, ou mesmo esperam pelo nascimento de um bebê, ficam ansiosos e curiosos a respeito de questões da Medicina Fetal, anomalias do feto, saúde reprodutiva, avanços da área, e também o que se denomina “o feto como paciente”. O ginecologista Fábio Batistuta, especialista em Medicina e Cirurgia Fetal, que atua no Hospital Vila da Serra, destaca que durante séculos, os cuidados com os seres humanos estavam restritos às medidas paliativas e curativas em fase da vida após o nascimento. Mais recentemente esses cuidados passaram a ser preventivos e o conceito de gerenciamento de riscos passou a ser aplicado como uma maneira de se evitar doenças. Com o desenvolvimento do conhecimento e da tecnologia, esse cuidado preventivo, propedêutico e terapêutico se estendeu para fases da vida humana antes do nascimento e até mesmo antes da concepção. Assim, o feto passou a ser tratado como um indivíduo, com direito à vida, a cuidados e respeito. Nesse sentido, salienta, “desenvolveu-se então uma ciência destinada à compreensão do desenvolvimento humano desde sua origem, a partir da genética, da embriologia e fisiologia fetal, do desenvolvimento físico e emocional do bebê, do seu adoecimento, da prevenção e cura de doenças intraútero, no tratamento da dor e sofrimento fetal, que é a medicina fetal”.
Perguntado sobre os avanços da área, Dr. Fábio Batistuta, aponta os acessos maciços à tecnologia, o acúmulo e o processamento crescente de informações sobre a saúde reprodutiva e o processo de adoecimento fetal, o desenvolvimento de tecnologias que permitem tratar o feto antes de seu nascimento em circunstâncias específicas.
Dentro dessa realidade, ressalta, o principal desafio é o diagnóstico precoce. “Ele é fundamental para a solução de muitos problemas e o grande entrave é a baixa qualidade dos exames realizados. Outro grande desafio é a universalização desse entendimento entre médicos e pacientes. O ponto central é a necessidade de universalizar o atendimento, permitindo que um maior número de bebês tenha acesso ao diagnóstico precoce de qualidade e à possibilidade de tratamento. É desafio também permitir-se que bebês e pais, mesmo em situações onde a vida ou a saúde dos fetos não possam ser garantidos, tenham acesso à compreensão plena desse processo e que possam ser acolhidos com dignidade e compreensão”.
O médico enfatiza que a medicina fetal, na maioria das vezes, ajudará os bebês a saírem das condições onde não se há, em várias situações, nenhuma perspectiva de vida, para uma pequena chance de sobreviver ou de ficar sem alguma sequela. “Muitas vezes os pais se apegam a essas chances e cada vez mais temos tido avanços nos resultados”.
Com relação à conscientização sobre a importância de medicina fetal, o médico enfatiza que é importante que os pais tenham a consciência de que a realização dos exames de ultrassom de rotina na gravidez são eventos médicos e não eventos recreativos. “É importante saberem que existe todo um raciocínio por traz da realização da ultrassonografia visando detectar sinais.
Indícios de anomalias estruturais ou funcionais no desenvolvimento do bebê ou da placenta. Portanto, o diagnóstico de doenças no feto requer uma “Busca Ativa” pelo profissional que realiza o exame e, o mesmo, deve ser dotado de uma bagagem teórica e prática muito profunda e sólida”.
Sendo assim, conclui, “é importante que os pais pesquisem quais profissionais ou serviços conduzirão às suas gestações. Eles deverão discutir com seus médicos pré-natalistas quem são seus ultrassonografistas e fetólogos de referência. Devem pesquisar suas habilitações junto ao CRM e dar preferência a profissionais que tenham habilitação e expertise na avaliação da saúde do feto. A avaliação da formação e do desenvolvimento fetal é um evento contínuo, isso significa que o bebê deverá ser avaliado criticamente em vários momentos do seu desenvolvimento porque sua estruturação física e comportamental está em constante processo de transformação. É importante que os pais tenham a consciência de que buscar ativamente e muitas vezes estabelecer um diagnóstico não é simplesmente uma forma de estigmatizar o bebê ou criar um rótulo, “pois as doenças existirão mesmo que não façamos diagnósticos! No entanto, quando se detecta precocemente uma variação do padrão de desenvolvimento ou uma má formação, estamos criando uma ‘janela de oportunidade’ para conhecer melhor as particularidades desse bebê, suas limitações e potencialidades, suas intimidades. A partir desse conhecimento que surgirão oportunidades de tratamento, racionalização e individualização da assistência, criação de um processo logístico que poderá envolver o nascimento em maternidade especializada, equipes multiprofissionais, suporte psicológico para os familiares e o seguimento para reabilitação, reintegração à sociedade e engajamento por políticas assistenciais mais amplas, profundas e humanísticas”.
Serviço:
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