Estudos mostram que crianças que tiveram Covid têm mais chances de desenvolver diabetes
Por isso, a Sociedade Brasileira de Diabetes alerta pais para que fiquem atentos a qualquer sintoma, como sede excessiva e vontade frequente de urinar, além da perda de peso
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Recém-publicado no Jama (Journal of the American Medical Association), o estudo mostra que crianças que tiveram Covid estão mais propensas a desenvolver Diabetes Mellitus Tipo 1, que ocorre quando o sistema imunológico da pessoa ataca as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina. Assim, o organismo gradativamente perde sua capacidade de metabolizar a glicose. “É um problema que não pode ser prevenido, pois não está relacionado à alimentação, sedentarismo ou obesidade, como o tipo 2”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes – SBD, Dr. Levimar Araújo, ao informar que, muitas vezes, existe um fator hereditário que predispõe crianças e adolescentes à doença.
Como, atualmente, o maior número de pacientes internados por Covid são crianças, ele recomenda que os pais fiquem atentos aos sintomas do DM1. “A criança sente vontade de urinar toda hora, muitas vezes volta até a fazer xixi na cama; emagrece, apesar de dizer a todo momento que está com fome; fraqueza e fadiga”.
Outro artigo, também publicado no Jama, mostrou que, em média, 14% dos adultos hospitalizados com Covid-19 podem desenvolver diabetes, o trabalho analisou o risco em crianças e adolescentes por meio da análise de pedidos de assistência médica de cerca de 1,7 milhão de pacientes pediátricos no banco de dados IQVIA, incluindo quase 81 mil pacientes diagnosticados com Covid-19, entre março de 2020 e fevereiro de 2021. O resultado foi que crianças contaminadas pelo Sars-CoV-2 apresentaram um risco 166% maior de desenvolver diabetes em comparação com quem não teve contato com o vírus.
Por causa dessas evidências, a Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda que os pais fiquem atentos e, a qualquer sinal, procurarem o pediatra. “Se não for tratado, o diabetes pode trazer sérias consequências”, mas o acompanhamento médico, o uso correto das insulinas, os cuidados com a alimentação e atividade física, permitem à criança levar uma vida praticamente normal”, destaca.