A função do estrogênio na fertilidade
O médico ginecologista da Clínica Origen de Medicina Reprodutiva/BH/MG, Marcos Sampaio, esclarece dúvidas sobre o principal hormônio feminino e sua relação com a gravidez
Que os hormônios são fundamentais para o correto funcionamento do corpo humano não é nenhuma novidade. Eles atuam regulando a função das células e estimulam diversos processos, como o apetite, crescimento e reprodução. Já os hormônios sexuais femininos e masculinos têm uma ação muito importante no desenvolvimento sexual e no processo reprodutivo. De acordo com o médico ginecologista da Clínica Origen de Medicina Reprodutiva, Dr. Marcos Sampaio, “eles são essenciais para que uma gravidez aconteça”.
Sampaio explica que as glândulas suprarrenais e as gônadas, ou glândulas sexuais (ovários e testículos), são as responsáveis pela produção dos hormônios sexuais. “O estrogênio e a progesterona são os principais hormônios sexuais femininos, e a testosterona, o hormônio masculino, também é produzida em pequenas quantidades pelos ovários”.
A partir da puberdade o estrogênio desempenha um importante papel no ciclo menstrual. “Por outro lado, na menopausa, os níveis dos dois hormônios diminuem. Nessa etapa, marcada pela última menstruação, ocorre a falência da função dos ovários, já não há mais folículos presentes (bolsas que contém os óvulos) e a mulher não pode mais engravidar”, afirma.
O que é estrogênio? – Um dos dois principais hormônios sexuais das mulheres, o estrogênio, é uma designação genérica dos hormônios cuja ação está relacionada ao controle da ovulação e ao desenvolvimento das características femininas.
O hormônio atua, por exemplo, nas mudanças físicas que transformam uma menina em mulher, no ciclo menstrual, na gravidez e até mesmo no humor. Entre as principais ações do estrogênio, “podemos dizer que ele é responsável pelo desenvolvimento das mamas, crescimento de pelos pubianos e nas axilas, estimula a primeira menstruação e o início dos ciclos menstruais, ajuda a controlar o ciclo menstrual e é importante para a gravidez”. Além disso, o hormônio interfere na altura, no aumento do armazenamento de gordura em regiões como quadris, nádegas e coxas; alargamento da pelve e quadris; aumento da produção de óleo na pele; controle do colesterol e crescimento ósseo e muscular.
“O estrogênio age, ainda, na função neurológica, interferindo, inclusive, no humor, assim como no sistema cardíaco, pele e outros tecidos. Produzido principalmente pelos ovários, as glândulas sexuais femininas e em menores quantidades pelas glândulas suprarrenais e pelo tecido adiposo, é transportado pelo sague para todas as partes do corpo”, completa o Dr. Marcos Sampaio.
De acordo com o médico, “são três estrogênios endógenos principais em mulheres que têm atividade hormonal estrogênica. São eles: estrona (E1), estradiol (E2) e estriol (E3).
“O estradiol é o mais potente e prevalente. O Estradiol (E2) é o tipo mais comum em mulheres em idade reprodutiva, assim como o estrogênio mais importante em mulheres não grávidas que estão entre os estágios da puberdade e da menopausa.
O Estriol (E3): é o principal estrogênio durante a gravidez e o Estrona (E1), em mulheres na menopausa e pós-menopausa, se torna a principal forma de estrogênio no corpo”. Outro estrogênio, chamado estetrol (E4), é produzido apenas durante a gravidez.
Qual a importância do estrogênio para a fertilidade feminina? – Ao mesmo tempo que estão envolvidos na função ovariana, os estrogênios são responsáveis pelo preparo da vagina, colo do útero e endométrio para a gravidez. “Ainda que naturalmente os níveis do hormônio possam sofrer variações em diferentes fases, eles também podem ser alterados por diversas condições, causando, nesse caso, dificuldades reprodutivas e infertilidade”, ressalta o Dr. Marcos Sampaio.
O médico lembra que os distúrbios de ovulação são considerados a causa mais comum de infertilidade feminina. No entanto, têm tratamento na maioria dos casos. “Os tratamentos incluem as três principais técnicas de reprodução assistida: relação sexual programada (RSP), inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV), indicadas de acordo com as características e necessidades de cada paciente” finaliza.