Abril Marrom: mês de conscientização da saúde ocular
A campanha alerta sobre prevenção e diagnóstico precoce para evitar riscos de cegueira
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O cuidado com a saúde ocular muitas vezes fica em segundo plano na rotina das pessoas, porém, deveria estar no topo da lista de prioridades. A negligência em revisar regularmente a saúde dos olhos pode ter um custo alto. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual no Brasil, sendo 500 mil cegas e cerca de 6 milhões com baixa visão. Mas segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), 70% dos casos de cegueira poderiam ser evitados mediante diagnóstico e tratamento precoce. Uma simples visita ao oftalmologista a cada ano pode fazer toda a diferença entre manter uma visão saudável ou enfrentar problemas graves no futuro. Com este cenário, a campanha Abril Marrom assume um papel importante na conscientização da população sobre a importância da prevenção e do combate à cegueira.
A médica oftalmologista Dra. Juliana Zarate, de Fortaleza/CE, explica que as principais causas de cegueira incluem a catarata, erros refrativos não corrigidos, glaucoma, degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e retinopatia diabética. “Todos esses problemas, se diagnosticados e tratados precocemente, possuem grandes chances de não evoluir para uma perda de visão. A saúde ocular não deve nunca ser negligenciada, pois as consequências podem ser devastadoras. É preocupante ver que muitas pessoas não têm o hábito de fazer consultas oftalmológicas regulares. Isso evitaria uma série de complicações”, ressalta a médica.
O CBO aponta que cerca de 7% dos brasileiros nunca fizeram uma consulta com um oftalmologista e 42% não realizam visitas frequentes, buscando o especialista apenas quando notam alguma alteração na visão. “Isso precisa ser mudado. A campanha Abril Marrom surge como um chamado à ação, incentivando a realização de consultas oftalmológicas regulares e a adoção de medidas preventivas.”, comenta a especialista.
Prevenção – Segundo a Dra. Juliana, os cuidados devem entrar na rotina desde a fase infantil, sendo importante fazer o teste dos olhinhos. “O teste do olhinho auxilia em doenças mais sérias como catarata congênita, glaucoma congênito, infecções congênitas – como rubéola e toxoplasmose, e tumores oculares – como retinoblastoma, traumas do parto. Esse exame tem como principal objetivo de diagnosticar tais doenças e para realizar o tratamento precocemente, evitando, assim, uma possível cegueira”, destaca.
O acompanhamento oftalmológico nos primeiros meses deve continuar, com visitas médicas aproximadamente duas vezes por ano. A partir dos dois anos de idade, passa a ser recomendado consultas anuais. “Mesmo com esses cuidados é importante que os pais estejam atentos a sinais como dores de cabeça, dificuldades no aprendizado escolar ou outros problemas que podem indicar ou estar relacionados à visão. Na adolescência e idade adulta, a recomendação é que as consultas continuem uma vez ao ano. “Para pacientes com histórico familiar de problemas visuais, diabetes ou doenças cardíacas, essa frequência pode ser a cada seis meses”, ressalta, informando que na fase idosa, quando os problemas degenerativos são mais comuns, as consultas devem ser mais frequentes: podem ocorrer a cada seis meses ou até mesmo a cada três meses, dependendo da situação individual.
De acordo com a Dra. Juliana, existem outros cuidados a serem tomados, além das consultas regulares, como adotar uma dieta saudável, usar óculos de sol para proteger os olhos dos raios UV e evitar coçar os olhos, a fim de manter a saúde ocular ao longo da vida e reduzir os riscos de cegueira. “Uma visão saudável é um tesouro que merece ser cuidado com atenção e precaução diária.”, finaliza a especialista.