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Asma grave na infância: a importância do controle para reduzir internações

Foto: Pixabay

Crianças com asma grave enfrentam muitas noites sem dormir e idas frequentes ao hospital, um sofrimento que impacta todo o núcleo familiar. É uma das doenças respiratórias crônicas mais comuns na infância, e seu impacto pode ser particularmente sério em casos de asma grave, quando a resposta ao tratamento padrão não é suficiente para controlar os sintomas.  

Segundo a Dra. Zuleid Mattar, de São Paulo/SP, pediatra e Diretora de Políticas Governamentais na Associação Brasileira de Asmáticos (ABRA), “é necessário ficarmos atentos que a taxa de incidência da doença é alta (mais de 20%) o que pode corresponder a um cenário de subdiagnóstico, ou até uma interpretação diferente da doença quando grave e/ou não controlada”. 

No cenário de mortalidade, estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostraram que 5% a 7% das pessoas com asma morrem diariamente. Além disso, existe uma tendência no aumento de casos durante o período de 2014 a 2021, de aproximadamente 30%.  

Em crianças, explica a Dra. Zuleid, a asma é responsável por um número expressivo de internações e visitas emergenciais, representando a quarta principal causa de internação no Sistema Único de Saúde (SUS). “Para pais e mães, o acompanhamento cuidadoso e o acesso a tratamentos eficazes são fundamentais para prevenir exacerbações graves e reduzir a frequência de internações. Além dos riscos associados ao uso indiscriminado de corticoides orais, especialmente para crianças, como tentativa de controle da doença”, destaca. 

A Dra. Zuleid Mattar explica ainda que, apesar dos avanços no tratamento, os desafios familiares ainda são bem comuns. “Muitos pais e cuidadores acham normal a criança ter repetidas crises, com necessidade de uso de medicação oral. No entanto, o uso correto e contínuo de medicamentos inalatórios deve garantir uma infância sem crises e sem idas a emergência”. 

Tratamentos inovadores já possuem eficácia comprovada para o manejo adequado destas crianças. A inclusão de uma nova terapia imunobiológica pode fazer com que estes pacientes, com o tipo grave da doença com fenótipo alérgico, tenham uma nova opção personalizada para tratar sua doença. “Embora esse tratamento já esteja incluído na obrigatoriedade de cobertura pelos planos de saúde, a abertura de uma Consulta Pública para a inclusão de um novo tratamento pode ajudar aqueles que dependem do SUS”, reforça a especialista. 

Além do apoio familiar, a Dra. Zuleid observa que a definição de um tratamento personalizado é fundamental. “Alguns pacientes podem até conseguir o controle com altas doses de corticoide inalatório, e, muitas vezes, também, com corticoide oral. Porém, os efeitos adversos dessa estratégia tornam desafiadora a manutenção desse esquema. Nesses casos é fundamental o uso de imunobiológicos, que podem ser a solução para essas crianças”. 

Sobre a Asma Grave, a médica destaca que a doença é uma condição respiratória crônica caracterizada por crises frequentes e intensas, mesmo com o uso adequado e otimizado dos tratamentos inalatórios. Ao contrário dos casos leves, em que os sintomas podem ser controlados com broncodilatadores e corticoides inalatórios, a asma grave exige acompanhamento médico constante e tratamentos mais complexos para controlar a inflamação das vias aéreas. Essa forma da doença pode comprometer significativamente a qualidade de vida do paciente, limitando atividades cotidianas e aumentando o risco de hospitalizações. Aproximadamente 3,7% das pessoas com asma desenvolvem a forma grave. Para elas, a atenção à adesão ao tratamento e identificação de gatilhos ambientais é crucial para prevenir crises potencialmente fatais. 

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