Bandeira Científica da USP promove ação humanitária na Ilha de Marajó- Pará

A expectativa é atender mais de 4 mil pessoas entre os dias 14 e 22 de dezembro
Cerca de 200 pessoas, entre estudantes, profissionais de saúde e professores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), participam da 39ª edição da Bandeira Científica, que acontece até o próximo dia 22, nos municípios paraenses de Salvaterra e Soure, na ilha de Marajó. A ação acontece em parceria com as Prefeituras Municipais de Salvaterra e Soure, tendo como objetivo atender comunidades urbanas, rurais, quilombolas e extrativistas dessas localidades.
A expectativa é de que a expedição realize mais de 2 mil atendimentos médicos em 15 especialidades, incluindo cardiologia, dermatologia, ginecologia, oftalmologia, pediatria e psiquiatria, além de consultas com nutricionistas.
Na área odontológica, a meta é contemplar 1.500 crianças, oferecendo escovação supervisionada e cuidados de saúde bucal. A expectativa é realizar ainda 200 ultrassonografias e distribuir 200 óculos à população local.
Na programação, consta ainda a realização de atividades de conscientização em saúde voltada para idosos, adolescentes e portadores de doenças crônicas, bem como ações da Faculdade de Engenharia Ambiental focadas em saneamento básico, um pilar fundamental para a saúde coletiva. Inclui também diversas oficinas, como de carimbó, artesanato e cerâmica, além de rodas de escuta, integrando arte e acolhimento às práticas humanizadas de cuidado na saúde.
“Chegar ao Marajó, neste ano, em que Belém se tornou o centro das atenções do país por sediar a COP, é mais do que simbólico: é necessário. A poucos quilômetros do maior debate climático do mundo, persistem barreiras sociais que ainda limitam de forma intensa o acesso da população à saúde. Por isso, decidimos dar este passo e iniciar uma série de ações da Bandeira Científica no arquipélago. Assim, reafirmamos os valores que moldam a Universidade de São Paulo: compromisso social, respeito às comunidades tradicionais e a busca por soluções que unam ciência, territorialidade e cuidado. Nesse sentido, promover saúde no Marajó é uma forma de justiça social, que queremos que marque profundamente os futuros profissionais e as comunidades envolvidas”, explica Pedro Docema, estudante da FMUSP e vice-presidente da Bandeira Científica.
Ao fortalecer as equipes locais por meio de atendimentos, exames e capacitações, a ação assume um papel complementar ao sistema de saúde municipal, contribuindo para reduzir tempos de espera, ampliar diagnósticos precoces e qualificar os encaminhamentos. Para tanto, o projeto conta com apoio da biofarmacêutica Sanofi, do Ministério da Saúde, por meio do programa Agora Tem Especialistas, e da Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS), além de múltiplas instituições públicas e privadas, que tornam possível esse trabalho, desde a mobilização de equipes, até a logística de medicamentos, insumos e equipamentos.
Atenção à pesquisa – Nesta edição da Bandeira Científica a pesquisa tem destaque. Durante a programação, será realizado um mapeamento de complicações decorrentes do diabetes na região. A iniciativa reflete o propósito do projeto de fortalecer a atenção básica à saúde, apoiando as equipes de saúde locais na avaliação do controle do diabetes, condição de alta prevalência no Marajó.
O saneamento básico em Salvaterra também será foco dos pesquisadores, que vão elaborar um amplo relatório sobre a situação do município, que servirá de subsídio para futuros planejamentos de políticas públicas.




