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Cirurgião gaúcho realiza procedimento cardíaco inovador no Brasil

Cirurgião cardiovascular Eduardo Saadi aplica técnica cirúrgica sem cortes e inédita em Porto Alegre para tratar, simultaneamente, lesões graves em duas válvulas cardíacas de mulher com miocardiopatia.

Foto: Dr. Eduardo Saadi e equipe. Divulgação.

Submetida ao novo método no dia 30/04 no Hospital Mãe Deus/Porto Alegre/RS, a paciente de 54 anos se recupera bem. A reação ao novo tratamento supera as expectativas dos familiares e da equipe médica liderada pelo Dr. Eduardo Saadi, coordenador do Serviço de Cirurgia Cardiovascular e de Doenças Cardíacas Estruturais do HMD.

Como efeito colateral de quimioterapia para curar câncer de mama, a doente ficou com o coração aumentado e teve severo comprometimento de duas das quatro válvulas cardíacas, a mitral e a tricúspide. O problema de saúde, conhecido como miocardiopatia por toxicidade pós quimioterapia, a levou a várias internações sem efeitos. Então, o Dr. Saadi decidiu tratar, ao mesmo tempo e utilizando cateter, a insuficiência das duas válvulas em estado crítico. Antes, em todo o país, só uma válvula era acessada por vez.

Válvulas Cardíacas – Conforme explica o Dr. Eduardo Saadi, o coração é composto de quatro válvulas: Válvula mitral – localizada entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo; Válvula tricúspide – que fica entre o átrio direito e o ventrículo direito; Válvula aórtica – entre o ventrículo esquerdo e a artéria aorta; e a Válvula pulmonar – entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar

As válvulas, acrescenta, são estruturas essenciais que controlam o fluxo de sangue no coração. Se abrem e fecham em ritmo preciso, garantindo que o sangue passe das câmaras superiores (átrios) para as inferiores (ventrículos) e, posteriormente, para a aorta e artéria pulmonar. Elas ajudam a manter a pressão e o volume sanguíneo adequados dentro do coração e dos vasos sanguíneos. Quando não funcionam corretamente, é preciso tratamento.

Para corrigir a miocardiopatia pós quimioterapia, a paciente foi submetida à nova técnica. Ela já é realizada no Brasil há alguns anos, mas esta é a primeira vez que as válvulas mitral e tricúspide de um paciente são tratadas, com cateter, sem cortes e concomitantemente.

O MitraClip repara a válvula mitral. Pela técnica é introduzido um cateter na veia femoral, que é guiado por vídeo até o local lesionado. Aí, um pequeno clipe é fixado para unir os folhetos da válvula, reduzindo a insuficiência. Já o TriClip, manipulado com a mesma técnica, corrige a insuficiência da válvula tricúspide.

De uma só vez e definitivamente, explica Dr. Eduardo Saadi, que é também professor de Medicina da UFRGS, a paciente teve os problemas das duas válvulas solucionados. Sem cortes, sem dor e com recuperação breve. “Os avanços da tecnologia e da Medicina nos permitem salvar cada vez mais vidas e sem sofrimento do paciente”, ressalta.

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