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Diabetes e menopausa

Mudanças hormonais, aumento da gordura abdominal e resistência à insulina exigem atenção redobrada das mulheres 40+

Foto: Freepik

A diabetes, por si só, é uma doença desafiadora. Combinada ao período da perimenopausa e menopausa pode implicar em ajustes no tratamento e exigir atenção redobrada. A queda hormonal característica dessa fase da vida pode agravar o quadro metabólico, aumentando o risco de resistência insulínica e dificultando o controle da glicemia.  

Para a Dra. Ana Maria Passos, especialista em saúde da mulher 40+, de Porto Alegre/RS, o acompanhamento médico e mudanças no estilo de vida são fundamentais para evitar complicações. Conforme explica, durante essa fase “há uma tendência de piora do quadro glicêmico se não houver cuidados adequados com alimentação, atividade física e suplementação. O declínio do estradiol favorece o acúmulo de gordura abdominal, o que intensifica a resistência à insulina e pode acelerar a progressão para o diabetes tipo 2”.

Segundo destaca, reposição hormonal e estilo de vida ajudam no controle do diabetes na menopausa. Nesse sentido, ela recomenda o monitoramento frequente de exames, como glicemia de jejum, insulina de jejum, hemoglobina glicada e, em alguns casos, a curva de insulina. A avaliação da composição corporal por meio de bioimpedância e a medição da circunferência abdominal também são indicadas, já que o aumento dessa medida é um marcador importante de risco metabólico.

A alimentação com carga glicêmica baixa é essencial para evitar picos de insulina, que favorecem o acúmulo de gordura. A prática regular de atividade física, especialmente musculação, é apontada como uma das estratégias mais eficazes para melhorar a sensibilidade à insulina. “Quanto maior a massa muscular, melhor será o controle da glicemia”, afirma a médica.

A importância da reposição hormonal para diabéticas – Outro ponto destacado pela especialista é o papel da reposição hormonal. Apesar de ainda cercada por mitos, a intervenção pode ser benéfica para mulheres com diabetes, desde que bem indicada e acompanhada por profissionais. “A ideia de que mulheres diabéticas não podem fazer reposição hormonal é equivocada. Com o uso de hormônios bioidênticos e protocolos seguros, é possível melhorar a composição corporal, reduzir o percentual de gordura e favorecer o controle glicêmico”, esclarece.

Estudos recentes corroboram essa visão. Uma pesquisa publicada no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism aponta que a terapia hormonal pode melhorar a sensibilidade à insulina em mulheres na pós-menopausa, especialmente quando associada a mudanças no estilo de vida. Além disso, nutrientes como vitamina D, zinco e magnésio, têm papel relevante na ação da insulina e podem ser incluídos na rotina por meio de suplementação orientada.

O autocuidado é a chave para uma transição mais tranquila, reforça a Dra. Ana Maria Passos. Segundo ela, “com orientação adequada, exames regulares e ajustes no estilo de vida, é possível atravessar a menopausa com saúde e qualidade de vida, mesmo para quem já convive com o diabetes”.

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