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Endometriose: a importância da prevenção!

Dr. Walter Pace: “quanto mais tarde é o diagnóstico, pior é o prognóstico e as soluções em termos de tratamento”

Maio é o mês de combate à endometriose, doença que afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, o que corresponde a aproximadamente uma em cada 10 mulheres no Brasil e no mundo, segundo dados do Ministério da Saúde.

O endométrio é o tecido que reveste a parede interna do útero e descama durante a menstruação, explica o ginecologista mineiro Walter Pace, Professor Doutor em Ginecologia da Ciências Médicas Minas Gerais/CMMG, titular da Academia Mineira de Medicina e presidente do PHD Pace Hospital/Belo Horizonte/MG. A doença, destaca, provoca muitos transtornos na vida das mulheres e, “infelizmente, há um retardo em seu diagnóstico”.

Conforme mostram estudos sobre o assunto, a doença é diagnosticada em média, 10   anos após o seu surgimento. “Quanto mais tarde é o diagnóstico, pior é o prognóstico e as soluções em termos de tratamento”, alerta o médico.

De acordo com o Dr. Walter Pace, a doença se manifesta por meio do endométrio que se desenvolve fora da cavidade uterina. Segundo ele, ela é mais frequente em mulheres entre 25 e 40 anos de idade, sendo uma das patologias que mais preocupa as mulheres brasileiras, inclusive porque causa muita dor e pode levar à infertilidade. Todos os tipos e graus da doença podem influenciar negativamente a reprodução. Além disso, muitas têm que trabalhar, cuidar da família e das tarefas domésticas, o que não é nada fácil conviver com a doença, pontua o médico.

Causas – Até hoje não se sabe, com exatidão, a causa da endometriose. Uma das possibilidades é a passagem do sangue da menstruação pela trompa, esclarece o ginecologista. “Sabemos também que se trata de uma doença estrógeno-dependente, que se caracteriza pela invasão de células do endométrio no músculo do útero ou para fora dele, atingindo órgãos como ovário, intestino e bexiga, entre outros”.

Sintomas – O Dr. Pace explica que os primeiros sintomas da endometriose são cólicas progressivas, muitas vezes intensas e até mesmo incapacitantes, ou seja, cada vez piores a cada menstruação. A dor ocorre, em geral, na parte inferior do abdome e pode causar dor nas relações sexuais.

“Se a endometriose estiver localizada na bexiga ou no intestino, pode causar sintomas urinários ou intestinais durante a menstruação como, por exemplo, dor ao urinar ou diarreia. Dores mais intensas podem levar a problemas como cansaço, perda do sono, alterações de humor, depressão, tensão pré-menstrual e dor lombar”, orienta.

Diagnóstico e tratamento – De acordo Com o Dr. Walter Pace, o diagnóstico da endometriose não é tão evidente e fica como última opção na pesquisa durante consulta médica. Mas a doença pode ser identificada por meio de exame clínico, ultrassom, laparoscopia, ressonância magnética e histeroscopia.

“A primeira opção é o tratamento clínico que, normalmente, é hormonal, sendo os implantes hormonais uma ótima alternativa utilizando-se progestínicos muito eficazes”

Hoje existem outras  alternativas seguras.  Entre os avanços da área, Pace aponta a cirurgia em três dimensões, cuja tecnologia permite a visualização melhor da profundidade e das estruturas anatômicas críticas, além de permitir o procedimento cirúrgico.  

Prevenção – Conforme enfatiza o Dr. Walter Pace, a prevenção da endometriose é da maior importância. Ela se faz com a atenção aos sintomas da doença, possibilitando, dessa forma, o diagnóstico precoce, que é fundamental para o êxito do tratamento.  “A endometriose pode ser, em geral, evolutiva, e o retardo em sua identificação pode levar a estados graves de infertilidade e quadros de dores extremamente acentuadas. Portanto, é muito importante a conscientização das mulheres sobre a endometriose e os problemas causados pela doença”, conclui.

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