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Fórum global debate infecções em pacientes com câncer

Dr. Luiz Euribel: “nosso objetivo é trazer esses conhecimentos para o hospital, em um modelo semelhante ao que foi feito no Hospital Clínico São Carlos de Madrid”.

Ele esteve no evento juntamente com seus colegas Drs. Tiago Freitas, Renata Brandão e Michel de Oliveira. (Foto:Divulgação)  

Infecções graves em pacientes oncológicos podem ser uma consequência do tratamento, fato este que motivou amplo debate sobre o assunto no Ignite Forum 2022, realizado em Madrid, na Espanha. Nos três primeiros dias deste mês de dezembro estiveram reunidos cerca de 200 médicos de vários países, dentre eles, cinco hemato-oncologistas brasileiros de diferentes estados.

Para o Dr. Luiz Euribel Prestes Carneiro, de Presidente Prudente, interior der São Paulo,  o evento em Madri consistiu em treinamento para diagnóstico e tratamento de pacientes oncológicos tratados com drogas imunossupressoras que evoluem com imunodeficiência secundaria; infeções graves e morte. “Diagnosticar e tratar com antibióticos profiláticos ou imunoglobulina pode representar a sobrevida desses pacientes”, destaca o médico que é professor na Faculdade de Medicina da Unoeste, pesquisador vinculado à Unoeste e ao ambulatório de imunologia do Hospital Regional (HR) “Dr. Domingos Leonardo Cerávolo” de sua cidade.

Conforme explica, por ser um hospital terciário de referência, o HR recebe muitos pacientes com doenças hematológicas, oncológicas, reumatológicas e dermatológicas, entre outras, usando imunossupressores biológicos ou quimioterápicos. “Nosso grande objetivo é trazer esses conhecimentos para o hospital, em um modelo semelhante ao que foi feito no Hospital Clínico São Carlos de Madri, pela Dra. Silvia Sanches-Ramón, imunologista e docente da Faculdade de Medicina de Madri, uma das coordenadoras do evento, que se propôs a nos ajudar”. A ideia, explica o Dr. Euribel, é o HR adotar também esses protocolos de triagem, que são simples e baratos, para as diferentes especialidades.

Tratamento precoce – “Pacientes portadores de certos tipos de câncer, especialmente os tumores sólidos, como os linfomas, ou não sólidos, como as leucemias, ou, ainda, aqueles transplantados de medula óssea, são tratados com medicamentos cada vez mais específicos e eficientes no controle ou mesmo na cura da doença. No entanto, podem produzir um quadro de imunossupressão transitória ou permanente levando a quadros infecciosos graves. Em alguns tumores, as infecções representam 50% da causa de morte do paciente, portanto, devem ser diagnosticadas e tratadas precocemente”, informa o médico.

Conforme o Dr. Euribel fala, há um aumento mundial no número de pessoas diagnosticadas com tumores hematológicos, em parte pelo trabalho de hematologistas e oncologistas no rastreio dos pacientes, mas, também, nos métodos diagnósticos cada vez mais disponíveis. “Por outro lado, há um arsenal cada vez maior de novos tratamentos, especialmente os chamados ‘biológicos’ ou anticorpos monoclonais, e, também, um grande número de quimioterápicos. Quase a totalidade desses medicamentos, ao neutralizar ou destruir as células do tumor, acabam produzindo uma grande imunossupressão nos pacientes, que ficam sujeitos a infecções graves, mesmo por microorganismos oportunistas. São as chamadas imunodeficiências secundárias, uma vez que o indivíduo não nasceu assim”, pontua. “Com o grande aumento no número desses pacientes, em um grupo interdisciplinar, imunologistas, infectologistas, reumatologistas, hematologistas, oncologistas e outras especialidades começaram a organizar métodos para identificar esses pacientes e padronizar tratamentos, especialmente com antibióticos profiláticos ou com a reposição de imunoglobulina, uma vez que muitos deles são tratados com drogas que neutralizam ou destroem as células que as produzem”, relata o Dr. Euribel, que recebeu da Dra. Silvia o compromisso de ajudar no projeto a ser implantado no HR.

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