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Fraturas em idosos: quadril, punho e ombro estão entre as mais frequentes

Por: Dr. Gustavo Barboza de Oliveira –  Ortopedista. Cirurgião do Ombro e Cotovelo. Médico do Hospital Israelita Albert Einstein Goiânia. Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC).

Os acidentes dentro de casa estão entre as principais causas de internações de idosos no Brasil e representam um risco crescente para essa faixa etária. Com o avanço da idade, alterações físicas, sensoriais e cognitivas tornam o organismo mais vulnerável, aumentando a probabilidade de quedas e outras ocorrências no ambiente doméstico.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, um em cada três idosos com mais de 65 anos sofre pelo menos uma queda por ano. Dessas ocorrências, aproximadamente 34% resultam em fraturas. Em 2020, foram registradas mais de 300 mil internações no país ligadas a acidentes domésticos.

Entre os locais mais afetados, destacam-se o quadril, o punho, a coluna vertebral e o ombro. A fratura de quadril é considerada a mais grave, não apenas pela dificuldade de recuperação, mas também pelo impacto direto na autonomia e na qualidade de vida. Grande parte dos idosos que sofrem esse tipo de fratura não retorna ao mesmo nível de independência anterior ao acidente. Já as fraturas de punho e de ombro, embora menos incapacitantes, podem comprometer atividades simples do dia a dia, como se vestir, cozinhar ou escrever.

Além das limitações físicas naturais do envelhecimento, fatores emocionais e psicológicos, como depressão, isolamento social, irritabilidade e desconfiança, também podem contribuir para a maior vulnerabilidade dos idosos.

Segundo o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, estima-se que cerca de 40% dos idosos com 80 anos ou mais sofram quedas anualmente. Entre aqueles que vivem em instituições de longa permanência, como casas de repouso e asilos, o índice é ainda mais elevado, podendo atingir 50%.

Para reduzir os riscos, é preciso adotar medidas preventivas no dia a dia, tais como:

  • Segurança no ambiente doméstico: retirar tapetes soltos, instalar corrimãos em escadas, barras de apoio no banheiro e manter os caminhos livres de obstáculos;
  • Boa iluminação: garantir que todos os cômodos, especialmente corredores e áreas de passagem, estejam bem iluminados;
  • Uso de calçados adequados: preferir sapatos fechados e antiderrapantes, além de evitar produtos que deixem o piso escorregadio;
  • Atenção aos medicamentos: seguir corretamente as prescrições médicas, já que alguns remédios podem provocar tontura e sonolência;
  • Cuidado com objetos de risco: atenção redobrada ao manusear facas, panelas quentes e outros utensílios que possam causar cortes ou queimaduras;
  • Apoio social: manter contato frequente com familiares, amigos e vizinhos, para que o idoso tenha suporte rápido em situações de emergência;
  • Hábitos saudáveis: investir em alimentação equilibrada e prática regular de exercícios físicos, fundamentais para preservar força muscular, equilíbrio e flexibilidade.

Garantir um ambiente seguro e adotar práticas de prevenção são atitudes essenciais para preservar a autonomia e a qualidade de vida dos idosos. Vale ressaltar a importância de que essa população não hesite em aceitar ajuda, reconhecendo que algumas tarefas se tornam mais complexas com o passar dos anos.

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