Julho Verde: diagnóstico de câncer de cabeça e pescoço pode começar no dentista

Casos somam mais de 15 mil no Brasil. Especialistas orientam sobre cuidados e apontam principais sintomas
Dedicado à prevenção, combate e conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço, este mês é marcado pela campanha Julho Verde, criada em 2015 pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP). A Rede Mater Dei de Saúde, comprometida com o cuidado da doença no Hospital Integrado do Câncer (HIC), entende a importância do diagnóstico precoce, que pode, inclusive, começar no consultório odontológico.
O cirurgião especialista em Cabeça e Pescoço da Rede Mater Dei de Saúde, Dr. Guilherme Silva, explica que os tumores malignos dessa região constituem um grupo de doenças que comprometem estruturas anatômicas, como a boca, garganta e pescoço, áreas vitais para funções como respiração, deglutição e fala. Ele aponta que o câncer de boca (cavidade oral) e o de orofaringe são os mais comuns, somando mais de 15 mil novos casos anuais no Brasil, conforme estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
“Essa alta incidência está diretamente relacionada à grande prevalência do tabagismo e do consumo de álcool na população”, afirma e sublinha que, além da moderação no consumo de bebidas alcoólicas e a cassação do uso do tabaco, orientações para o autoexame, consultas odontológicas regulares e a vacinação contra HPV também são medidas preventivas eficazes. “A educação da população sobre sinais de alerta constitui a base fundamental para o diagnóstico precoce”, completa.
Um tumor maligno pode surgir de qualquer célula, apontou o cirurgião buco-maxilo-facial e médico da Rede Mater Dei de Saúde, Dr. Sérgio Monteiro Lima Júnior. “Isso inclui as células epiteliais, que recobrem pele e mucosas, e as células do tecido conjuntivo. Por isso existem uma variedade de tumores na região de cabeça e pescoço”. Eles incluem: carcinoma de células escamosas (epidermóide), o tipo mais comum; carcinoma de células basais e de células escamosas da pele, especialmente em região exposta (lábios, face, couro cabeludo); tumores de glândulas salivares (como o mucoepidermóide) e carcinoma de tireóide (papilífero, folicular, medular, anaplásico). O médico acrescenta que o diagnóstico precoce viabiliza o tratamento de lesões menores e que ainda não se espalharam pelo corpo, ou seja, as metástases.
Na vanguarda do tratamento, a Rede Mater Dei se destaca pelo atendimento integrado e multidisciplinar. “Há reuniões semanais para discussão. Oncologistas clínicos, radioterapeutas, patologistas e radiologistas analisam cada caso individualmente. A preservação de funções vitais é otimizada pela colaboração entre diferentes especialistas”, ressaltou Guilherme Silva. Segundo o especialista, essa abordagem demonstra benefícios substanciais em termos de sobrevida, controle da doença e qualidade de vida dos pacientes.
A oncologista clínica da Rede Mater Dei de Saúde,Dra. Gabriela Freitas Chaves, reforça a atenção sobre os principais sintomas. “Eles vão depender da localização do tumor primário, podendo ser desde rouquidão persistente, feridas na língua que não cicatrizam, aparecimento de nódulos ou massas no pescoço, dor ou dificuldade para engolir e sangramento persistente no nariz”, enfatiza.