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Lipedema: o que você precisa saber sobre essa doença

Negligenciada por grande parte dos profissionais de saúde, pode causar inchaço, dor e alterações nas formas do corpo

Imagem: Divulgação

O lipedema é causado pelo acúmulo anormal de gordura de maneira irregular no quadril e membros inferiores e superiores, levando a desproporção e assimetria do corpo. Essa doença crônica afeta mais de 10% das mulheres em todo o mundo. Raramente acomete homens. Cerca de 10 milhões de brasileiras apresentam essa condição, mas poucas mulheres sabem que se trata de uma doença.

Durante muito tempo, o lipedema foi erroneamente confundido com outras condições clínicas, como o linfedema (acúmulo de líquido linfático) e a obesidade — doenças que podem ou não estar associadas ao lipedema — o que contribuiu para a falta de tratamento adequado por muitos anos. Em 2022, a Organização Mundial de Saúde classificou o lipedema como uma síndrome clínica complexa. Desde então, a comunidade médica científica vem estudando e avançando no seu diagnóstico e tratamento. Por ser progressiva e sem cura, o paciente deve fazer acompanhamento contínuo com o angiologista/ cirurgião cardiovascular e uma equipe multiprofissional.

De acordo com o Dr. Paulo Bastianetto, cirurgião vascular da Rede Mater Dei de Saúde da região metropolitana de Belo Horizonte, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para garantir a qualidade de vida dos pacientes: “o diagnóstico é clínico. Exames laboratoriais e de imagem podem complementar a avaliação. A característica mais comum dessa síndrome é o acúmulo desproporcional de gordura nas pernas. Por ser inflamada, provoca dor e desconforto. Muitas vezes está associada a manchas roxas, conhecidas como equimoses. Essa gordura inflamada produz alterações na pele como, fibrose e nódulos, que podem ser facilmente palpados pelos pacientes”.

Quanto mais precocemente o lipedema se manifesta, maior tende a ser a sua progressão e gravidade com o passar dos anos. “Este acúmulo de gordura acontece de maneira involuntária, mesmo o paciente não estando acima do peso ou fazendo controle das calorias ingeridas. Além disso, essa gordura anormal e inflamada não responde e não reduz com medidas dietéticas ou emagrecimento”, explica Dr. Paulo Bastianetto.

Entre os sinais mais comuns da síndrome estão a hipersensibilidade ao toque nos membros, nódulos aparentes, flacidez acentuada da pele, hematomas que surgem espontaneamente, dor crônica, sensação de peso e cansaço dos membros, além de inchaço nas pernas. 

O tratamento do lipedema é sempre clínico, podendo ou não ser associado a intervenções cirúrgicas. O tratamento clínico é indicado em todos os tipos e estágios e baseia-se na dieta anti-inflamatória, atividade física, controle do peso, dos fatores de risco e tratamento de doenças concomitantes que podem agravar ou acelerar o lipedema, como as varizes. O tratamento cirúrgico é indicado nos casos mais graves.

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