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Melasma, condição dermatológica comum em grávidas, pode persistir após o parto

 Dr. Flégon David: “o melasma é uma doença de pele benigna, mas emocionalmente angustiante, que reduz a qualidade de vida das pacientes”

Foto: Divulgação

O melasma é uma condição dermatológica caracterizada pelo surgimento de manchas acastanhadas na pele, geralmente simétricas, que podem ter padrão superficial, profundo ou misto. Normalmente, essas lesões surgem com maior frequência em áreas expostas ao sol. Sua intensidade tende a ser mais acentuada em pessoas de pele mais escura, que possuem maior propensão à hiperpigmentação.

Conforme explica o dermatologista Dr. Flégon David, de Belo Horizonte/MG, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD, “a radiação solar continua sendo o principal fator desencadeante, embora outros elementos, como luz visível, calor, alterações hormonais, predisposição genética, uso de cosméticos e medicamentos fotossensibilizantes, além do estresse, também contribuam para o surgimento ou agravamento do quadro.

Melasma na gestação – A gravidez é um período acompanhado por inúmeras mudanças fisiológicas profundas que afetam todos os sistemas do corpo. Durante a gestação, o risco de surgimento ou agravamento do melasma aumenta devido à elevação dos hormônios estrogênio, progesterona e MSH, que estimulam a produção de melanina. Nesse sentido, orienta o Dr. Flegon, “é fundamental adotar fotoproteção rigorosa desde o primeiro trimestre, priorizando filtros físicos e evitando a exposição solar nos horários de maior intensidade”.

De acordo com estudo da National Library of Medicina, publicado em outubro de 2024, o melasma é uma doença de pele benigna, mas emocionalmente angustiante, que reduz a qualidade de vida das pacientes. Sua taxa de prevalência durante a gravidez varia de 36,4% a 75%. Preocupantemente, até 30% dos casos persistem após o parto, mesmo 10 anos depois.

Tratamentos – A fotoproteção é considerada a base do tratamento e da prevenção. O uso de filtro solar de amplo espectro (UVA/UVB) aliado à proteção contra a luz visível – especialmente com bloqueadores físicos, como o óxido de ferro -, potencializa a eficácia da proteção. “O padrão-ouro no tratamento tópico combina hidroquinona, tretinoína e corticosteroides (TCC), que apresentam melhores resultados do que o uso isolado das substâncias”, afirma o especialista. Antioxidantes como vitamina C, cisteamina, silimarina, glutationa e o extrato vegetal Polypodium leucotomos, peelings químicos e tecnologias como laser toning e pulsed lasers, também podem ser indicados, sempre com avaliação médica.

De acordo com o Dr. Flegon, a exposição a fontes de luz intensa, como luz azul e LEDs, e ao calor excessivo pode piorar o melasma. Em alguns casos, tratamentos orais, como ácido tranexâmico e suplementos com Polypodium leucotomos, podem ser recomendados, assim como novas formulações que utilizam sistemas de entrega por nanopartículas e lipossomas, que aumentam a penetração e eficácia dos ativos.

Embora o melasma não tenha cura definitiva, observa, o controle é possível com a combinação de cuidados diários, tratamentos adequados e acompanhamento dermatológico contínuo.

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