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Mutirão na Rocinha, Rio de janeiro

Profissionais de saúde buscam doentes para aliviar a dor e sofrimento

Foto: Divulgação/ação realizada no mês de agosto.

Um grupo de profissionais de saúde e voluntários percorreu recentemente as ruas da comunidade da Rocinha, na zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, em busca de pessoas com doenças ameaçadoras de vida para garantir tratamento que alivia as dores e melhora a qualidade de vida daqueles que estão em fase terminal. Pessoas doentes cuidadas pelos próprios moradores da comunidade com apoio e orientações dos profissionais de saúde.

Essa é uma rotina mensal do professor da Universidade Federal de São João del-Rei (MG), Alexandre Ernesto Silva, enfermeiro, especialista em Cuidados Paliativos e fundador do projeto Comunidades Compassivas em Favelas no Brasil. Ele divide seu tempo entre Minas Gerais, onde dá aulas, e o Rio de Janeiro, onde atua com Cuidados Paliativos, prática de assistência aos pacientes que têm doença incurável ou que ameace a vida para garantir alívio da dor e amenizar o sofrimento.

Alexandre foi acompanhado de um grupo que visitou doentes, indicados pelos agentes comunitários de saúde, moradores da comunidade e até mesmo pela Clínica da Família do SUS carioca, para avaliar e fazer um diagnóstico do estado de saúde dos pacientes para incluí-los no Plano de Cuidados Avançados. Este plano inclui a oferta de medicamentos, materiais de higiene pessoal, até mesmo roupas de cama e alimentação, obtidos por meio de doadores. “É um trabalho complementar ao SUS para aqueles pacientes que necessitam de um cuidado a mais para ter dignidade e qualidade de vida em sua própria casa”, afirma Alexandre.

O projeto Comunidades Compassivas na Rocinha foi estruturado em 2018 e já atendeu nesses cinco anos, recém-completados, perto de 500 pacientes na Rocinha e no Vidigal. Ele é modelo para outras iniciativas que foram implantadas em comunidades carentes no país: Goiânia Compassiva, no Setor Noroeste, em Goiânia (GO), Cabana do Pai Tomaz, em Belo Horizonte, e em Betim, ambas em Minas Gerais, e mais recentemente São Paulo Compassiva – Heliópolis, em São Paulo (SP).

Além de inspirar outras iniciativas, a Rocinha vai sediar o I Encontro de Comunidades Compassivas, que reunirá os maiores especialistas em Cuidados Paliativos do País e voluntários atuantes nos projetos, nos próximos dias 13 e 14, no Complexo Esportivo da Rocinha. O evento é organizado pela Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) em comemoração ao Dia Mundial de Cuidados Paliativos, que, este ano, tem como tema “Comunidades Compassivas – Juntos pelos Cuidados Paliativos”.

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