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Câncer de pâncreas: alerta para os fatores de risco

Dr. Cristiano Ontivero: ”uma alimentação saudável, rica em frutas e vegetais, tende a ser protetora contra a doença. ”

Foto: Divulgação

          A conscientização sobre o câncer de pâncreas ganhou destaque através da recente campanha Setembro Roxo, uma iniciativa importante para disseminar informações cruciais sobre essa doença que muitas vezes passa despercebida até alcançar estágios avançados.

O cenário desafiador desse tipo de câncer é ressaltado pelo especialista Dr. Cristiano Ontivero, de Curitiba/PR. Segundo informa, “o câncer de pâncreas é um dos tumores sólidos mais agressivos e tem diagnóstico tardio, sendo muitas vezes detectado em estágios avançado”. 

É uma doença que apresenta uma série de fatores de risco. Entre eles, a idade avançada e o consumo de cigarro e bebidas alcoólicas ganham destaque. Além disso, o desenvolvimento da pancreatite crônica, decorrente do consumo excessivo de álcool, também é associado a um risco aumentado de câncer de pâncreas. Outro fator preocupante é o excesso de peso e a obesidade, que podem aumentar a suscetibilidade à doença. “Uma alimentação saudável, rica em frutas e vegetais, tende a ser protetora, enquanto a obesidade e maus hábitos alimentares são fatores de risco significativos que aumentam a vulnerabilidade para uma possível doença”, destaca Ontivero.

Ele explica também que o diabetes, especialmente em longo prazo, pode aumentar o risco de desenvolvimento desse tipo de câncer. Além dos fatores de risco ligados aos hábitos de vida, existem condições hereditárias que podem influenciar o surgimento da doença, como o câncer de pâncreas hereditário, como também a fibrose cística, doença também relacionada como fator de risco em longo prazo.

O câncer de pâncreas é conhecido por seu diagnóstico tardio devido à falta de sintomas claros nas fases iniciais. Por isso mesmo, o diagnóstico precoce muitas vezes não é realizado. Diferentemente de outras neoplasias, o câncer de pâncreas não possui um programa de rastreamento estabelecido, uma vez que seus sintomas demoram a se manifestar. Geralmente, a detecção é realizada por acaso, quando exames de imagem são feitos por outras razões e acabam revelando a presença do tumor. O diagnóstico tardio, aliado ao comportamento biológico agressivo do câncer de pâncreas, contribui para a alta letalidade dessa doença. “O câncer de pâncreas cresce e se espalha rapidamente, muitas vezes já atingindo outras áreas do corpo quando é diagnosticado, tornando-o mais difícil de tratar”, explica o cirurgião.

Sinais de alerta – Entre os principais sinais estão perda de peso inexplicável, desconforto abdominal, que evolui para dor, icterícia (coloração amarelada da pele e olhos), e, em alguns casos, até o desenvolvimento ou agravamento do diabetes.

Conforme observa, “é um desafio para nós médicos, porque os sintomas podem ser vagos e muitas vezes associados a outras condições. No entanto, tecnologias como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética têm nos ajudado a identificar o câncer em estágios mais iniciais, possibilitando tratamentos mais eficazes”.

Com base nestas informações podemos afirmar que os tratamentos para o câncer de pâncreas variam de acordo com o estágio da doença. Casos localizados e operáveis podem ser tratados com cirurgia, enquanto tratamentos de quimioterapia e terapias paliativas são indicados para estágios mais avançados. “O diagnóstico precoce é chave para melhores resultados, mas mesmo em estágios avançados, a abordagem multidisciplinar, envolvendo oncologistas, cirurgiões e outros profissionais, pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, enfatiza o profissional.

Conscientização para a Vida – Campanhas como o Setembro Roxo visam educar sobre a importância da detecção precoce e o papel fundamental da conscientização na luta contra essa doença. “Informação é poder e, ao entender os fatores de risco e os sintomas, as pessoas podem buscar ajuda médica mais cedo e, assim, ter melhores resultados no tratamento”, ressalta Dr. Ontivero, enfatizando ainda que, com a conscientização em ascensão e a evolução da medicina, a esperança reside em oferecer diagnósticos mais cedo e tratamentos mais eficazes para enfrentar esse desafio. O conhecimento sobre essa doença e a busca por hábitos de vida saudáveis podem fazer a diferença na prevenção e no manejo desse câncer desafiador.

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