Nova tecnologia laboratorial permite identificar 15 agentes infecciosos em um único teste
Biólogo Guilherme Ambar: “a inovação é de grande importância para o Brasil, onde várias infecções endêmicas, com sintomas semelhantes, causam frequentes surtos
A tecnologia do diagnóstico molecular (MDx) chegou a uma nova etapa no Brasil, com o lançamento, este mês, de um sistema desenvolvido na Coreia do Sul que permite que, com uma única amostra colhida do paciente, sejam identificados em um único teste até 15 patógenos (vírus e bactérias que causam doenças). “A inovação é de grande importância, onde várias infecções endêmicas com sintomas semelhantes causam frequentes surtos”, explica o biólogo Guilherme Ambar, que responde no Brasil pelo laboratório coreano que desenvolveu a tecnologia. Ele explica que patógenos responsáveis pelos vários vírus causadores da gripe, HPV, pelas variantes da dengue, Zika, Chikungunya e de outras arboviroses representam problemas de saúde pública que o novo método permite identificar para um combate eficaz.
O sistema que realiza simultaneamente até 15 detecções em uma mesma reação de PCR é do mesmo tipo do que é empregado para diagnosticar infecção por COVID-19. Ele foi desenvolvido pela Seegene, líder em diagnostico molecular. Usando tecnologias exclusivas da empresa, o recurso fornece informações clínicas detalhadas que permitem um diagnóstico rápido e preciso.
Ainda segundo o biólogo, como a globalização tornou muito rápida a difusão de novas doenças infecciosas, os pesquisadores do mundo inteiro estão buscando testes que possam identificar, com velocidade e precisão, qual patógeno está infectando uma pessoa, já que o tratamento depende do conhecimento de qual agente infeccioso está atuando. “Só no caso da gripe, por exemplo”, diz ele, “a infecção pode ser causada pelos vírus da Influenza A, B e C, sendo que o tipo A pode ser o H1N1 ou H3N2”, e a tecnologia MDx permite dizer com precisão o tipo viral que está causando uma eventual epidemia em determinada área.
Foi para dotar a Medicina Diagnóstica de uma nova ‘arma’ que a Seegene antecipou a chegada e disponibilização no Brasil tanto da tecnologia “3 Ct”, que integra 19 tecnologias de diagnóstico molecular patenteadas pela matriz coreana, como de um novo sistema de automação compacto e completo para processamento de amostras, o Seegene STARlet-AIOS, compatível com todo o menu de ensaios disponibilizados pela empresa.