Novembro Azul: alerta contra o câncer de próstata

Três em cada dez homens nunca fizeram e nem pretendem fazer o exame de toque retal
Foto: Pixabay
Do tamanho de uma noz, a próstata é uma glândula localizada abaixo da bexiga. É nesse pequeno espaço que, a partir do crescimento desordenado das células, o câncer pode se desenvolver, avançar para outros órgãos e comprometer seu funcionamento. Segundo o urologista da Rede Mater Dei de Saúde, Dr. Renato Corradi, os sintomas podem ser imperceptíveis e, em casos mais graves, incluem dor e dificuldade ao urinar. Por isso, o especialista reforça: a prevenção deve ser contínua e não apenas em novembro.
Como prevenir? – Os exames de PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal são fundamentais para o rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de próstata. “Não existe exame mais eficiente isoladamente. Ambos devem ser realizados em conjunto”, destaca Dr. Renato.
A orientação é reforçada pelo urologista Dr. Guilherme Valente, também da Rede Mater Dei de Saúde. Ele explica que o PSA mede uma proteína presente no sangue, que pode estar elevada por razões diversas – muitas delas benignas. “O toque retal avalia diretamente o tamanho, a consistência e possíveis nódulos suspeitos. São exames complementares”, afirma.
O especialista lembra ainda que cerca de 20% dos tumores são identificados apenas pelo toque retal, mesmo em pacientes com PSA normal. “A avaliação ideal combina os dois exames, levando em conta idade, histórico familiar e fatores de risco individuais”, observa.
Preconceito – Mas, ao contrário do tamanho da glândula, as barreiras contra a prevenção são quase como muralhas. Entre elas, o preconceito. Um estudo do Hospital de Câncer A. C. Camargo, em parceria com a Nexus, revelou que três em cada dez homens nunca fizeram e não pretendem fazer o exame de toque retal. Além disso, 44% desconhecem as formas de prevenção do câncer de próstata, que causou 17.587 mortes no Brasil em 2024 – cerca de 48 por dia.
Segundo o Dr. Guilherme, “muitos homens ainda associam o exame ao constrangimento ou a uma ameaça à masculinidade. Nosso papel é trazer naturalidade e informação”, afirma, destacando o impacto da campanha Novembro Azul na mudança dessa percepção.
Mulheres trans e travestis com próstata também precisam de acompanhamento, cuidado e rastreamento adequados. Como o câncer de próstata não apresenta sinais nas fases iniciais, prevenir é sempre melhor que tratá-lo. Nesse sentido, enfatiza, “a conversa com o médico deve ser vista como algo natural, assim como ir ao dentista ou cardiologista. E é essencial que esse cuidado aconteça em um ambiente acolhedor e livre de tabus”. Assim ele recomenda: “todas as pessoas que possuem próstata devem consultar o urologista anualmente, a partir dos 45 anos, ou dos 40 anos, no caso de histórico familiar da doença”.




