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Novembro Azul – Mortes anuais por câncer de próstata no Brasil podem mais que dobrar em 2040

Dr. Gustavo Cardoso Guimarães: “os homens são mais resistentes a cuidar da saúde. Infelizmente, é uma questão cultural, na qual muitos não aceitam estar em qualquer condição que eles julguem ser de vulnerabilidade. Isso fecha janelas de oportunidade para prevenção”.

Foto: Divulgação

Levantamento do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) nas bases do Cancer Tomorrow, da OMS, aponta que em 2040 os tumores de próstata serão a causa de 41,4 mil mortes de brasileiros, um aumento de 122%, acima da média anual, que registra acréscimo de 97%. Diante dessa grave realidade e em alusão ao Novembro Azul, o IUCR lança a campanha SÓ UM TOQUE, MAN! que convoca os homens a aderir à prevenção, diagnóstico precoce e cuidados gerais com a saúde para redução da carga de incidência e mortalidade.

O câncer de próstata, embora seja uma doença que na maioria dos casos seja de crescimento lento, é o tumor maligno mais comum entre os homens e com alta taxa de mortalidade. Se medidas mais efetivas de rastreamento populacional da doença não forem adotadas, poderá haver o dobro de casos e mortes anuais decorrentes em 2040, conforme aponta o IUCR.

A ferramenta que prevê a incidência futura do câncer, bem como a mortalidade mundial, a partir das estimativas de 2020 até 2040, aponta que o número de casos anuais de câncer de próstata saltará de 1,41 milhão para 2,43 milhões em 2040 (aumento de 75%), enquanto a mortalidade irá de 375 mil para 740 mil no período (aumento de 97%).

No Brasil, o aumento entre as duas décadas é ainda mais acentuado que a média mundial: acréscimo de 83% nos casos anuais e de 122% na mortalidade de 2040 quando comparado com 2020. De acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registrará 71.740 casos novos a cada ano deste triênio (2023-2025), um aumento de 8,5% em relação a estimativa anterior (2020-2022), que era de 65.840 casos anuais. No país, os tumores malignos de próstata respondem por 3 em cada 10 casos de câncer diagnosticados nos homens.

SÓ UM TOQUE, MAN! – Os números acendem o alerta para a intensificação das ações alusivas ao Novembro Azul, mês de conscientização mundial sobre câncer de próstata. Com esse foco, o IUCR cria em 2023 a campanha SÓ UM TOQUE, MAN, com mensagem-chave que faz analogia à disseminação de dicas de cuidados com a saúde, assim como lembra sobre a importância do exame de toque (associado ao exame de PSA), que é um tabu na população masculina.

A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que os homens, a partir de 50 anos, procurem um profissional especializado para avaliação individualizada. Aqueles da raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar aos 45 anos. O rastreamento deverá ser realizado após ampla discussão de riscos e potenciais benefícios, em decisão compartilhada com o paciente. Após os 75 anos, poderá ser realizado apenas para aqueles com expectativa de vida acima de 10 anos.

Conforme alerta o urologista e cirurgião oncológico Gustavo Cardoso Guimarães, “os homens são mais resistentes a cuidar da saúde. Infelizmente, é uma questão cultura, na qual muitos não aceitam estar em qualquer condição que julguem ser de vulnerabilidade. Isso fecha janelas de oportunidade para prevenção e para um potencial diagnóstico mais precoce. Precisamos dar este toque nos homens”. Ele é diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e coordenador dos departamentos cirúrgicos oncológicos da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

PRINCIPAIS TOQUES PARA OS HOMENS 

  • Passe em consulta com o urologista uma vez ao ano
  • Se você já tem 45 anos de idade ou mais, faça o exame de toque retal e de sague PSA para a prevenção do câncer de próstata
  • Tenha uma alimentação equilibrada todos os dias
  • Faça a atividade física regularmente
  • Não fume
  • Use preservativo na relação sexual
  • Bebida alcoólica só com moderação
  • Fique alerta aos sinais do seu corpo
  • Mantenha o peso adequado

TRATAMENTO – A definição do tratamento é feita caso a caso, levando em conta variáveis como idade, tipo do câncer, estágio, estadiamento, estado clínico e emocional do paciente e possíveis efeitos colaterais associados ao tratamento. “Munidos dessas informações, podemos oferecer uma abordagem personalizada, baseada em evidências científicas, beneficiando cada paciente de forma assertiva”, explica Gustavo Guimarães.

As abordagens, informa, podem ser cirúrgicas, com destaque para a robótica; assim como por ultrassom de alta frequência, hormonioterapia, radioterapia, crioterapia, protonterapia e quimioterapia.

“Há casos também em que a doença é indolente a tal ponto de optarmos por não tratar. Mantemos assim, uma vigilância ativa, só optando pela terapia caso a doença evolua”, conclui.

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