Novembro Laranja alerta para problemas relacionados ao zumbido no ouvido
Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay
Segundo pesquisa internacional, mais de 740 milhões de pessoas sofrem com zumbido no mundo.
Quase todo mundo já passou pela experiência de ter um zumbido no ouvido depois de muito tempo escutando música alta, ou no fim de um show. Às vezes, mesmo sem nenhum gatilho, o chiado aparece. Em geral, esperamos o barulho passar sem fazer nada, mas esse ruído pode ser uma condição prévia de outro problema mais grave.
De acordo com a fonoaudióloga da Microsom, Maria Branco, “o zumbido é um sintoma de algo que está acontecendo, pode ser um distúrbio ou problema escondido. Apesar de estar associado a transtornos no sistema auditivo, na maioria dos casos, existem outras causas possíveis”. E, justamente para alertar as pessoas sobre essas possíveis condições, que foi criado no Brasil, o Dia Nacional de Conscientização sobre Zumbido. A data é comemorada todo 11 de novembro, mas haverá ações ao longo de todo o mês, integrando a Campanha Nacional que se popularizou como Novembro Laranja, que busca informar a população sobre os cuidados com a audição.
Conforme explica a especialista, “o zumbido pode prejudicar a qualidade de vida das pessoas. É importante conscientizar a população porque existe também tratamento. Sua presença pode indicar que há algo acontecendo no corpo que precisa ser investigado e tratado devidamente”.
Incidência – Um estudo publicado na revista científica JAMA identificou que mais de 740 milhões de pessoas sofrem com zumbido ao redor do mundo. E, ao contrário do que as pessoas imaginam, sua causa está relacionada a questões que vão além de problemas auditivos, entre elas, destaca a fonoaudióloga Maria Branco:
- Desvio de coluna
- Problemas na articulação temporomandibular (ATM)
- Tumores de cabeça e pescoço
- Doenças cardiovasculares
- Distúrbios metabólicos como diabetes
- Doenças do sistema vestibular
- Acúmulo de cerume
- Exposição a sons fortes
- Consumo excessivo de cafeína, álcool e tabaco (dieta inadequada)
O que fazer ao ouvir zumbido? – O zumbido não tem fonte sonora externa, ou seja, só a pessoa escuta. O primeiro passo ao perceber o som, é buscar ajuda profissional de otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos. São eles que farão a investigação inicial para entender qual pode ser o problema.
Como são muitas as possíveis causas, a busca deve ser minuciosa. “O paciente deve passar por uma investigação profunda, e, com base nisso, é que alguns exames podem ser solicitados”, comenta Maria, ao explicar que existe um exame que permite a identificação do tipo (frequência) e da intensidade do Zumbido, a acufenometria. Este exame permite ao profissional compreender melhor o zumbido do seu paciente para que possa estabelecer a melhor estratégia de tratamento.
“Com esse exame, é possível entender como esse ruído é percebido e contribui para avaliar a eficácia do tratamento comparando os resultados antes e depois. Essas informações são relevantes para o profissional realizar o tratamento adequado, que pode incluir o uso de aparelho auditivo, ou o encaminhamento para outros especialistas”, acrescenta.
Como esse som pode estar ligado a perda auditiva, Maria Branco destaca ainda que é importante fazer outros exames de audição, como a audiometria, que avalia a capacidade de ouvir e interpretar sons.
Tratamentos do zumbido – Por ter muitas causas possíveis, o zumbido também tem tratamentos diversos. Por isso, a investigação com um profissional é tão importante. Se a origem estiver relacionada a distúrbios metabólicos, por exemplo, exames de sangue devem ser solicitados. Se houver suspeita de tumores, a investigação incluirá tomografia e ressonância.
“Não existe um tratamento único para todos os tipos de zumbido. É preciso entender o que faz com que esse zumbido aconteça. E, a partir daí, o médico vai encaminhar para o tratamento”, esclarece.
Uma das formas de tratar o zumbido é com o uso de aparelhos auditivos. “O aparelho gera um som, que contribui para que o paciente tenha um desvio de atenção, e oferece um alívio para o problema”, conclui a especialista.