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Riscos de antidepressivos e ansiolíticos sem orientação médica

Apesar de burocracia para a compra desse tipo de medicamento, muitas pessoas acabam tomando-os sem orientação e necessidade, o que pode trazer malefícios para a saúde

De acordo com um estudo realizado pela Funcional Health Tec, os remédios que controlam a ansiedade, entre eles antidepressivos e ansiolíticos, fazem parte de uma lista dos medicamentos mais consumidos no Brasil. Segundo a pesquisa, as mulheres na faixa dos 40 anos são as que mais utilizam essas drogas, que só devem ser comercializadas com receita médica.

Conforme levantamento feito também pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), durante a pandemia da Covid-19, em 2020, houve um aumento de cerca de 14% nas vendas de antidepressivos e estabilizantes de humor – medicamentos usados em casos de depressão, ansiedade, compulsão alimentar, transtorno afetivo bipolar, entre outras condições. No Brasil, o número de unidades desse tipo de droga, vendidas entre janeiro e julho de 2019, pulou de 56,3 milhões para 64,1, em comparação com o mesmo período de 2020.

O médico psiquiatra Sérgio Rocha, diretor da Clínica Revitalis/RJ, explica que muitas pessoas fazem uso dessas medicações sem nenhum tipo de orientação, o que pode ser extremamente perigoso. “É necessário ter cuidado ao fazer uso de qualquer tipo de remédio, até mesmo aqueles que parecem ‘inofensivos’, mas quando falamos de antidepressivos, o cuidado deve ser intensificado”, destaca o especialista, ao explicar que esses medicamentos são usados para tratar outros problemas, além da depressão, como transtornos de ansiedade, transtornos alimentares, distúrbio do sono, disfunção sexual, dores crônicas, entre muitas outros. Por isso, muitas pessoas acabam os utilizando por conta própria. “Há pessoas que tomam para conseguir dormir durante uma viagem, por exemplo, ou para diminuir o apetite, sendo que na maioria das vezes, elas estão apenas expondo sua própria saúde sem nenhuma necessidade”, alerta. 

Perigos – Qualquer remédio tem efeitos colaterais que podem provocar desconfortos físicos e problemas mais graves, que exigem até mesmo hospitalização. “Entre os efeitos colaterais dos antidepressivos, podemos destacar taquicardia, disfunção sexual e as reações anticolinérgicas. Mesmo os medicamentos mais modernos ainda possuem alguns efeitos, como problemas gastrointestinais, alterações no sono, nível de energia e cefaleia”, explica o Dr. Sérgio.  Outro agravante é que eles podem causar dependência e, com orientação médica, a suspensão deles deve ser feita da maneira correta e depende de cada caso e de cada paciente, coisa que só um profissional saberá fazer corretamente”, ressalta. 

O psiquiatra também explica que existem muitos tipos de remédios para o mesmo problema e, mesmo com a orientação médica, muitos pacientes precisam trocar a medicação e a dosagem até se adaptar. “É por isso que é sempre importante consultar um médico. Com tantos medicamentos disponíveis, apenas um profissional pode indicar qual é o mais adequado para cada situação e também orientar o paciente caso surja algum efeito colateral mais grave”, finaliza.

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