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30 de março – Dia Mundial do Transtorno Bipolar

Estimativas apontam que até 15 milhões de pessoas têm a doença no Brasil, mas a busca por diagnóstico e tratamento é baixa. Diagnóstico e tratamento podem evitar incapacitação e suicídio de portadores

Imagem de Holger Langmaier por Pixabay 

            O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), doença mental crônica, é uma das mais incapacitantes e com altas taxas de suicídio. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela acomete cerca de 4% da população mundial, ou 140 milhões de pessoas. No Brasil, a estimativa é de que até 15 milhões de pessoas sejam afetadas pelo transtorno bipolar, doença mental crônica que se caracteriza pela alternância entre episódios de euforia e depressão, variações intensas de humor.

Sua causa é desconhecida, mas vários fatores têm sido identificados, sendo a genética um dos mais importantes. Para prevenir crises, é importante manter hábitos saudáveis que proporcionem satisfação, como praticar yoga, esporte, e atividades como jardinagem ou marcenaria. O tratamento do transtorno bipolar envolve o uso de medicamentos e terapia.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o transtorno bipolar foi a sexta maior causa de incapacitação no mundo na década de 1990. Como exemplo, um portador – com os sintomas da doença aos 20 anos, pode perder 9 anos de vida e 14 anos de produtividade profissional, se não receber tratamento adequado.

Mortalidade – A taxa de mortalidade dos portadores de bipolaridade também é elevada, e o suicídio é a causa mais frequente de morte, principalmente entre os jovens. Estimativa da Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB) mostra que até 50% dos pacientes tentem o suicídio ao menos uma vez em suas vidas e 15% destas tentativas se efetivam.

O transtorno bipolar não tem cura, mas pode ser controlado. O tratamento inclui o uso de medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, tais como o fim do consumo de substâncias psicoativas, como cafeína, anfetaminas, álcool e drogas ilícitas. 

“O diagnóstico é complexo e por isso é importante as pessoas terem mais informação e buscarem ajuda especializada de profissionais de saúde, como médicos e psicólogos. Essa procura é muito baixa e, devido a isso, muitas pessoas e suas famílias sofrem tanto com a condição”, explica Camila Ribeiro, psicóloga da rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, ao destacar que “a manifestação de um episódio é particular. Com o tratamento adequado e individualizado, o transtorno bipolar reduz a incapacitação e a possibilidade de morte dos pacientes”. Casos de crises agudas também podem demandar internação, observa.

Van Gogh e o Transtorno Bipolar – No dia do aniversário do pintor holandês Vincent Van Gogh, 30 de março, diagnosticado postumamente, como provável portador do transtorno, celebra-se o Dia Mundial do Transtorno Bipolar. A data tem o objetivo de levar informação à população, eliminar o estigma social e sensibilizar para a doença, estimulando a prevenção, diagnóstico e tratamento adequado.

Aos se comemorar o Dia Mundial do Transtorno Bipolar, entidades médicas intensificam a divulgação da doença, como forma de alerta à população. Os sintomas do transtorno bipolar incluem períodos de intensidade não usuais, mudanças nos padrões de sono e níveis de atividade e comportamentos incomuns.

Durante os episódios de mania, a pessoa pode apresentar estado de euforia exuberante, valorização da autoestima e autoconfiança, pouca necessidade de sono, agitação psicomotora e descontrole ao coordenar.

Em episódios de depressão, a pessoa pode apresentar tristeza sem motivo aparente, perda de interesse em prazeres, memória fraca, perda de energia e pensamentos suicidas.

Diagnóstico – O histórico do indivíduo é decisivo para o diagnóstico conclusivo, já que alterações de humor anteriores, episódios atuais ou passados de depressão, histórico familiar de perturbação do humor ou suicídio são fatores a serem analisados. Exame de sangue pode ser requisitado também para verificar se outra condição é a causa dos sintomas. Somado a isso, uma avaliação psicológica cuidadosa é realizada para identificar a severidade dos episódios, tempo de duração e frequência. É importante notar que o transtorno bipolar pode aparecer em crianças e, geralmente, é diagnosticado no fim da adolescência ou início da vida adulta.

Tipos – De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico da Associação Psiquiátrica Americana – DSM.IV, e o CID-10 – Documento de Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde da OMS, o transtorno bipolar pode ser classificado da seguinte forma:

Transtorno bipolar: Tipo I, quando o indivíduo apresenta períodos de mania que duram, pelo menos, sete dias, acompanhado de sintomas depressivos, que se estendem por duas semanas ou mais. Tanto na mania quanto na depressão, os sintomas são intensos e provocam grandes mudanças comportamentais e de conduta, podendo interferir em diversas áreas da vida.

Transtorno bipolar: Tipo II, quando apresenta alternância entre os episódios de depressão e de hipomania.

Transtorno ciclotímico – Marcado por oscilações crônicas do humor, que podem ocorrer até no mesmo dia. O paciente alterna sintomas de hipomania e de depressão leve o que, muitas vezes, pode ser interpretado como o próprio temperamento do indivíduo. É o quadro mais leve do transtorno bipolar.

Transtorno bipolar não especificado – Pode surgir como consequência de outras doenças ou induzido pelo uso de substâncias.

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