Entidades médicas se unem no combate ao câncer renal

Dados da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, da sigla em inglês) estimam mais de 11 mil novos casos de câncer no rim no Brasil, sendo 7 mil em homens, sendo mais frequente entre pessoas entre os 55 aos 75 ano.
Imagem: Pixabay
Dados de pesquisa realizada pela We Are Social e pela Meltwater apontam que quase 99% da população do Brasil têm acesso a redes sociais como o Facebook, o Instagram e o LinkedIn. Por isso, durante o Março Vermelho, Mês de Conscientização e Combate ao Câncer no Rim, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) realizam uma campanha conjunta nas redes sociais para chamar a atenção do público em geral sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento do câncer renal.
Segundo o Dr. Gerônimo Jr., presidente da SBP, sociedade médica que representa os especialistas em diagnóstico do câncer, a postagem conjunta sobre câncer renal leva informação de qualidade à população nas redes sociais, promovendo conscientização sobre o cuidado oncológico: “Em um momento de constante evolução na Medicina, a integração entre Patologia e Oncologia Clínica é fundamental para diagnósticos precoces e precisos, bem como tratamentos personalizados”.
Para o Dr. Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da SBCO, sociedade médica que representa especialistas em tratamento do câncer, é uma alegria participar dessa iniciativa a convite da SBP. “A Patologia e o patologista exercem papel fundamental no raciocínio diagnóstico e na condução do paciente oncológico. Sem Patologia, não existe Oncologia eficiente”, diz.
Câncer renal – Os rins são órgãos em forma de feijão que se localizam na região lombar, atrás das últimas costelas, em ambos os lados da coluna vertebral. Sua principal função é filtrar o sangue, removendo o excesso de água, sal e resíduos por meio da urina. Eles também controlam a pressão arterial.
Dados da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, da sigla em inglês) estimam mais de 11 mil novos casos de câncer no rim no Brasil, sendo 7 mil em homens, sendo mais frequente entre pessoas entre os 55 aos 75 anos. Para 2040, a expectativa é que esse número cresça para 19,7 mil no País e para 666 mil casos no mundo. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer renal é o terceiro tipo mais frequente do aparelho genitourinário e representa cerca de 3% das doenças malignas em adultos no Brasil.
O Dr. Jaime Nobre, coordenador da Comissão Nacional de Tumores Geniturinários da SBCO, esclarece que, nas fases iniciais, o câncer no rim não apresenta sinais e sintomas: “Normalmente, trata-se de um achado de exames de imagens realizados por outro motivo”. Entre os exames estão o ultrassom, tomografia e ressonância magnética. Porém, em fases avançadas, o tumor pode causar dor lombar persistente, sangue na urina, inchaço abdominal, massa palpável no abdômen e perda de peso. As células malignas também podem atingir a circulação sanguínea, alcançando outros órgãos.
O especialista da SBCO informa que o exame de imagem pode ser suficiente para a indicação de tratamento cirúrgico pelo cirurgião oncológico, com retirada parcial ou total do órgão, o que depende do aspecto do tumor renal e de seu tamanho. “Porém, pode-se indicar a realização da biópsia, principalmente, em caso de dúvida diagnóstica ou em casos em que se considere um tratamento de vigilância ativa”, afirma.
Como detalha a Dra. Kátia Ramos Moreira Leite, professora de Urologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), ex-presidente e membro do Conselho Consultivo da SBP, cabe ao médico patologista realizar a análise da biópsia renal e peça cirúrgica para disponibilizar um diagnóstico preciso, prever a evolução do paciente, planejar o seu acompanhamento e, eventualmente, apontar para a necessidade de tratamentos complementares que vão colaborar com a cura desse paciente.
“Existem mais de 30 tipos de tumores renais que têm um comportamento desde absolutamente benignos até extremamente agressivos. E essa identificação só é possível pelo exame anatomopatológico e, eventualmente, de exames complementares como imuno-histoquímica”, explica a especialista da SBP.
O tratamento multidisciplinar, com a participação de especialistas como, o cirurgião oncológico e o patologista, podem mudar significativamente o curso da doença. “A depender do subtipo do tumor e do grau de agressividade, tratamentos adjuvantes à cirurgia oncológica podem melhorar os desfechos”, complementa Nobre. Dentre os tratamentos complementares estão a radioterapia, imunoterapia e quimioterapia, cuja escolha depende do estadiamento do tumor pelo patologista, ou seja, se está em fase inicial ou avançado.
Prevenção – Entre os principais fatores de risco para o câncer renal estão o tabagismo, obesidade, hipertensão arterial, diabetes, doença de Von Hippel-Lindau, exposição a produtos químicos utilizados na indústria (Ex., cádmio, asbestos, chumbo e hidrocarbonetos aromáticos) e realização de hemodiálise, bem como um histórico familiar para doenças renais.
Dessa maneira, os especialistas da SBP e da SBCO alertam sobre a prevenção do câncer no rim com combate ao tabagismo, pela prática de atividade física, com uma alimentação saudável, a não exposição a produtos químicos causadores da doença e a realização de exames de rotina de acordo com orientações médicas. Também, reforçam a importância do diagnóstico precoce de modo a garantir tratamentos mais eficazes e a aumentar as chances de cura.