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Esgotamento mental no fim do ano: celebração e desgaste emocional

Como identificar sinais de alerta e agir antes que o corpo peça socorro.

Crédito imagem: Freepik

Embora culturalmente associado à alegria, união e festividades, o fim do ano pode ser um período de grande desgaste emocional. Um levantamento, realizado em 2022 pela American Psychiatric Association (APA), mostrou que 31% dos adultos esperavam estar mais estressados durante as festas em relação ao ano anterior, um aumento de 9%. Entre as principais preocupações estavam o custo dos presentes (50%) e das refeições (39%), além da dificuldade em administrar múltiplas obrigações pessoais, profissionais e sociais.

O psiquiatra Guilherme Trevizan Kortas, do Hospital Sírio Libanês/ São Paulo/SP, confirma a percepção do aumento de sobrecarga neste período. “Na clínica, noto que novembro e dezembro são os meses em que mais pessoas procuram ajuda especializada – muito mais do que em janeiro ou fevereiro. Muitas chegam já no limite”, afirma.

Entre os sinais de alerta para o esgotamento mental estão alterações no sono e no apetite, irritabilidade, crises de ansiedade e dificuldade de ‘desligar a mente’. “Quando o corpo está presente, mas a cabeça não consegue parar, é um sinal de que algo não vai bem”, explica o especialista.

A pressão social, potencializada pelas redes, é outro fator relevante. Segundo o psiquiatra, a expectativa de ter a “melhor festa” ou a “viagem perfeita” gera comparação constante e, em muitos casos, sensação de inadequação. “Há uma exigência implícita de que todos precisam estar bem. Isso cria um cenário irreal e muitas vezes solitário”, observa Kortas.

Além disso, os excessos típicos da temporada, como o consumo elevado de álcool e alimentos, podem agravar quadros emocionais. “Esses comportamentos, vistos como parte da diversão, acabam piorando o estado mental e podem levar a consequências graves”, alerta o médico.

Kortas reforça que autocuidado não é luxo, e sim, prevenção. Nesse sentido, orienta: “Não espere a bomba estourar. Buscar apoio profissional antes que o sofrimento se agrave é um gesto de responsabilidade consigo mesmo”.

A seguir, ele destaca cinco pontos para prevenir o esgotamento emocional no fim do ano:

  • Planeje com antecedência compras e compromissos;
  • Selecione os eventos mais importantes, evitando sobrecarga;
  • Reduza o uso de redes sociais para escapar de comparações e estímulos excessivos;
  • Cuide do sono e da alimentação para manter o equilíbrio físico;
  • Procure ajuda psicológica ou psiquiátrica ao primeiro sinal de dificuldade.

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