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Paciente de 80 anos recupera a qualidade de vida ao poder andar sem desmaiar

Equipe cirúrgica: procedimento minimamente invasivo, realizado no fim de dezembro, implantou um transcateter de válvula aórtica

Dificuldades para fazer uma caminhada simples, até a cozinha, sem desmaiar. Essa era a realidade da dona Nely Lourdes Rizzi, de 80 anos. Nos últimos dias de dezembro a sua vida mudou, já que ela conseguiu, por meio de uma parceria entre fabricantes, Pilar Hospital de Curitiba e seu Instituto de Ensino e Pesquisa, a passar por um procedimento minimamente invasivo para a implantação de um implante transcateter de prótese valvular aórtica (do inglês “TAVI – Transcatheter Aortic Valve Implantation”), como tratamento de uma estenose aórtica grave sintomática.

A intervenção foi transmitida em um workshop para diversos países, como forma de capacitar outros cardiologistas intervencionistas a realizarem o procedimento.

 O implante transcateter de prótese valvular aórtica tem sido utilizado como alternativa ao tratamento conservador (por cirurgia aberta). “Trata-se de um procedimento minimamente invasivo onde é inserida uma nova válvula para substituir a válvula doente por meio de um cateter. Essa intervenção apresenta menos riscos, com menor tempo de recuperação e retorno mais rápido para casa. A anestesia é local”, explica Dra. Deborah Nercolini, cardiologista intervencionista.

A estenose aórtica é uma doença degenerativa que atinge 5% das pessoas com mais de 75 anos, sendo caracterizada pela redução da área efetiva da valva, exigindo um esforço cada vez maior do coração para conseguir bombear o sangue pelo corpo, enfraquecendo o órgão. “Essa técnica ainda não está disponível no sistema público, devido ao custo, mas se formos comparar com o custo de uma cirurgia aberta, com internações, maior tempo de recuperação e os riscos para pacientes dessa idade, o custo acaba sendo equivalente ou menor no acompanhamento a médio e longo prazos. A grande diferença é que o paciente submetido a TAVI tem uma recuperação mais rápida, podendo voltar à sua vida normal em menos de 3 dias, apresenta menos internamentos subsequentes e, consequentemente, onera menos o sistema público e os sistemas de saúde”, acrescenta.

Desde 2021 o procedimento passou a ser coberto por alguns planos de saúde no Brasil. De acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia, está indicado para pacientes que tenham mais de 70 anos, com quadro de estenose aórtica grave sintomática, e que tenham anatomia favorável para a realização de implante transcateter.

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