Médico relevante para a Ortopedia do Brasil se despede da profissão e de uma rica trajetória no Hospital da Baleia, em Belo Horizonte
Referência em Ortopedia e no tratamento do pé torto congênito (PTC), o ortopedista Gustavo Alves de Mendonça cuidou de milhares de crianças mineiras desde a sua residência no Hospital da Baleia. Crédito: Henrique Pimentel
Minas Gerais é um estado muito representativo da Ortopedia e da Traumatologia brasileiras praticada no país, pois os ortopedistas mineiros são respeitados pela sua competência, pelo rigor científico e pelo espirito humanitário. O atual presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) é o mineiro Glaydson Godinho; o presidente da Associação Brasileira de Reconstrução e Alongamento Ósseo (ASAMI) é o mineiro Marcelo Sternick; o presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica (SBOP) é o também mineiro, Gilberto Brandão. Até recentemente, na presidência da Sociedade Brasileira de Quadril (SBQ), mais um nome de Minas, o Dr. Guydo Marques Horta Duarte.
Nesta semana, o Hospital da Baleia, que possui um dos mais tradicionais centros de Ortopedia e Traumatologia do país, se despede de mais um nome expressivo da Ortopedia brasileira: o Dr. Gustavo Alves de Mendonça se aposenta deixando um enorme legado a todos que tiveram a honra de o conhecer. O médico atuou por mais de 50 anos e foi um dos primeiros e mais importantes alunos do Professor José Henrique da Matta Machado, criador da clínica na Instituição e pioneiro na implantação de cursos de extensão na área, nos moldes como é conhecida a Residência Médica hoje no Brasil. Ao longo dos anos, Gustavo Alves de Mendonça, carinhosamente chamado por suas iniciais Dr. Gam, se tornou a maior referência no conhecimento e prática o pé torto congênito, subespecialidade da Ortopedia Pediátrica.
Segundo o Dr. Wagner Nogueira, que atua há mais de 30 anos no Hospital da Baleia, onde também já foi coordenador da área, a atuação de Mendonça fortaleceu a tradição ortopédica na Instituição e no cenário nacional. “Conheço o Gustavo há 39 anos, desde quando ele era professor assistente do Departamento do Aparelho Locomotor da UFMG, onde ele chefiou anos depois e eu era professor convidado. Além disso, vale destacar que ele foi um fiel escudeiro de Matta Machado e até instrumentador nas suas cirurgias”, comentou o médico. Para ele, nesse momento de pandemia, o tempo parece parar em alguns momentos, o que leva a repensar em valores, o presente e o futuro. “Certamente, continuar o legado do Gustavo, cuidando dos pacientes com excelência e transferindo conhecimento na Residência Médica para formar novos profissionais, é o nosso grande desafio”, completou Wagner.
A presidente da Fundação Benjamin Guimarães /Hospital da Baleia, Tereza Guimarães Paes, disse que a visão de seu bisavô, fundador da Instituição, aliada à parceria de Matta Machado logo nos anos 1950, possibilitaram ao Baleia consolidar-se como uma referência nacional na Ortopedia. “Nosso Hospital foi o primeiro no Brasil a oferecer especialização para médicos recém-formados, muito antes da regulamentação do programa de residência médica como modalidade de ensino de pós-graduação”, reforçou Tereza. Foi justamente nesta especialidade que a Instituição iniciou seu reconhecido caminho dedicado ao ensino e à pesquisa em Medicina. “Agradecemos imensamente ao Dr. Gustavo. Foram inúmeras crianças tratadas no Baleia com tanto carinho e afeto e que receberam de presente a certeza de conseguir caminhar com os próprios pés”, concluiu Tereza Guimarães Paes.
Referência em saúde – À disposição dos mineiros, são mais de 25 especialidades médicas e Centros de Referência em Oncologia Adulta e Pediátrica, Nefrologia (Hemodiálise e Transplante Renal), Ortopedia, Pediatria e Cirurgia Bariátrica e Metabólica, além do Tratamento e Reabilitação de Fissuras Labiopalatais e Deformidades Craniofaciais (Centrare). Construído durante uma outra epidemia tão mortal quanto a de COVID-19, a tuberculose, o Baleia sempre se preocupou de cuidar de quem mais precisava. Desde aquela época, o Hospital conta com a destinação de recursos e doações voluntárias para a cumprir com excelência a sua missão na prestação de serviços de saúde aos mineiros. Todos os anos, são mais de 600 mil procedimentos médicos destinados aos cidadãos de 88% dos municípios mineiro, com a maioria vinda pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Para assegurar o atendimento do serviço médico-hospitalar de excelência à população, o Hospital conta com parcerias. Por isso, o Baleia pede ajuda de pessoas jurídicas e físicas. Artistas também podem ajudar o Hospital com a realização de lives beneficentes. Existem várias formas de ajudar o Baleia: hospitaldabaleia.org.br.