Março Amarelo – mês de combate à Endometriose
O ginecologista Walter Pace: “a demora no diagnóstico precoce pode levar a estados graves de infertilidade e quadros de dores extremamente acentuadas”
A endometriose afeta entre sete milhões e 10 milhões de mulheres no Brasil. Para conscientizar a sociedade e, principalmente o universo feminino, de sua gravidade, foi criada a campanha Março Amarelo – Mês Nacional de Combate à Endometriose.
De acordo com o ginecologista Walter Pace, Professor Doutor e Coordenador Geral do Curso de Pós-Graduação de Ginecologia Minimamente Invasiva da Faculdade de Ciências Médicas de MG e Titular da Academia Mineira de Medicina, entre outros títulos, “esta doença é a maior causa de infertilidade no sexo feminino. Apesar de haver um conhecimento muito grande sobre ela, não sabemos direito a sua causa. Uma das possibilidades é a passagem do sangue da menstruação pela trompa”. O certo é que a endometriose é uma doença estrógeno-dependente, que consiste na invasão pelas células do endométrio (tecido que reveste a parede interna do útero e descama durante a menstruação) no músculo do útero ou para fora dele, atingindo órgãos como, o ovário, o intestino e a bexiga, entre outros.
Sua sintomatologia é abrangente, destaca o ginecologista ao relaciona-la, como cólicas progressivas, muitas vezes intensas e até mesmo incapacitantes; dor geralmente na parte inferior do abdome, podendo causar desconforto nas relações sexuais; descontrole urinários e/ou intestinais durante a menstruação (dor ao urinar ou diarreia), se a endometriose estiver localizada na bexiga ou no intestino; cansaço, perda de sono, alterações de humor, depressão, tensão pré-menstrual e dor lombar. Daí a importância desta campanha, ressalta Pace, chamando a atenção para a importância do seu diagnóstico precoce. A demora pode levar a estados graves de infertilidade e quadros de dores extremamente acentuadas. Neste sentido, apesar da pandemia, toda mulher não deve deixar de ir às consultas, principalmente aquelas já em tratamento da endometriose.
O diagnóstico, informa o Dr. Walter Pace, pode ser feito por meio de exame clínico, ultrassom, laparoscopia, ressonância magnética e histeroscopia.
O tratamento clínico é normalmente hormonal, cada vez mais seguro e eficaz, através dos implantes hormonais. Além dele, “podemos citar a cirurgia em três dimensões e a cirurgia robótica, cujas tecnologias permitem melhor visualização das estruturas anatômicas com maior precisão e segurança que os procedimentos convencionais.