Leucemia: conheça os principais aspectos da doença
Dra. Youko Nukui: “é importante que as pessoas fiquem atentas a quaisquer sintomas atípicos, desde uma náusea e vômitos, até alterações neurológicas e renais.
A leucemia é uma doença maligna e rara que atinge as células do sangue, podendo ser classificada como aguda ou crônica. As agudas são caracterizadas pela presença de novas células brancas – chamadas de blastos. As leucemias crônicas apresentam células atípicas, como linfocíticas ou mieloides anômalas, de diferentes tamanhos, que podem estar presentes no sangue ou na medula óssea.
De acordo com a Dra. Youko Nukui, hematologista do hospital IGESP, as crianças são acometidas pela leucemia linfoblástica aguda, sendo um pouco mais frequente em meninos, com poucos casos observados após os 60 anos. “Ela é mais comum em crianças e jovens até os 15 anos de idade por ser uma doença que atinge células mais imaturas. Corresponde a um quarto de todos os cânceres infantis e três quartos de todas as leucemias nessa faixa etária. O pico ocorre entre os dois e quatro anos de idade”, esclarece.
No caso da leucemia linfoblástica crônica, a incidência é mais comum em adultos acima de 50 anos, na sociedade ocidental, sendo incomum em asiáticos. Já no caso das leucemias mieloides, tanto a aguda quanto a crônica, são mais comuns em adultos.
Sintomas – A médica explica que os sintomas mais comuns são de anemia, manifestados por palidez cutânea, fadiga e letargia. Nos idosos, geralmente, aparecem falta de ar, cefaléia e dor no peito. No caso de alguma infecção vigente, podem aparecer sangramentos e febre. Alguns pacientes, também, podem apresentar adenomegalias, condição que ocorre quando os gânglios linfáticos aumentam de tamanho.
Segundo a especialista, é importante que as pessoas fiquem atentas a quaisquer sintomas atípicos, desde uma náusea e vômitos, até alterações neurológicas e renais, e procurem um médico para investigação.
Diagnóstico – Ele é realizado por meio do hemograma completo, que analisa os níveis de células vermelhas, brancas e plaquetas. Quando o exame está alterado pode demonstrar aumento do número de leucócitos com blastos. Para que o diagnóstico seja confirmado é necessário avaliação dos exames de medula óssea. Em caso positivo para leucemia, o paciente deve procurar por um hematologista para identificar o tipo de leucemia e iniciar o tratamento.
Tratamento – De acordo com a Dra. Youko Nukui, normalmente, o tratamento é a quimioterapia, mas para cada uma das leucemias existe um tipo de tratamento específico. “A escolha está vinculada aos tipos de células brancas anômalas envolvidas”, observa.
Em casos avançados da doença, a hematologista recomenda que os pacientes evitem exposição às doenças infectocontagiosas, atualizem as vacinas e sejam amparados por medidas de suporte domiciliar ou hospitalar, como nutricional, transfusional e de uso de antibióticos, além de receber todo o conforto paliativo, quando necessário.
Prevenção – A Dra. Youko Nukui explica que não há medidas preventivas para evitar a leucemia, mas comenta que existem situações clínicas mais suscetíveis. “Crianças com síndrome de Down têm de 10 a 30 vezes mais chances de ter leucemia linfoblástica aguda e, em pequena porcentagem, de apresentar a leucemia mieloide aguda. Pacientes com imunodeficiência congênita, alterações mutacionais ou genéticas podem ser mais predispostos. Irradiação e contato com benzeno podem, também, desencadear a doença.”
Avanços – Atualmente, novos tratamentos estão sendo pesquisados, mas, como todos os medicamentos, levam anos para serem comercializados, explica a hematologista. “O tratamento clássico de pacientes com leucemias agudas é composto de uma fase de indução, consolidação e de manutenção. Nos últimos anos, as leucemias crônicas foram as mais beneficiadas com um número maior de tratamento e ótimos resultados”, finaliza.