Endometriose: cólicas e menstruação intensa impactam a jornada de trabalho das mulheres
Doença afeta aproximadamente 8 milhões de mulheres no país.
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Com a primeira menstruação, a mulher se depara com mudanças que a acompanharão mensalmente até o fim da sua fertilidade, como sangramento, alterações de humor, cólicas, sensibilidade nos seios e inchaço abdominal. Em meio a essas mudanças, alguns sintomas da endometriose podem passar despercebidos por serem considerados normais para o período menstrual, o que contribui para o atraso no diagnóstico e tratamento da doença que afeta cerca de 10% das pessoas que menstruam no Brasil, ou seja, quase 8 milhões de brasileiras.
Segundo o ginecologista Marcos Tcherniakovsky, diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), algumas mulheres podem sofrer impactos na qualidade de vida e na rotina pessoal e profissional. “A doença traz como consequência a diminuição da vida social, a queda no desempenho das atividades sociais e a falta de disposição, atrapalhando sua rotina e criando obstáculos na busca pelo diagnóstico, prejudicando ainda mais o quadro da mulher, já que a endometriose pode levar em média entre 7 e 8 anos para ser descoberta”, explica o médico. Além de causar vários impactos físicos, ela também pode prejudicar a saúde emocional, já que a dor e outros sintomas associados causam estresse, problemas de sono, ansiedade e até depressão, estados que prejudicam negativamente a qualidade de vida, principalmente quando o assunto é a carreira.
Estudos sugerem que uma mulher com endometriose perde, em média, seis horas de produtividade por semana na jornada de trabalho, o que reforça a importância de se chegar a um diagnóstico para o tratamento adequado e individualizado para cada caso. “Os sintomas da doença acabam sendo interpretados como frescura, dor psicológica ou até mesmo uma dor que a mulher deveria suportar. Hoje, sabemos o quanto é importante se atentar aos sintomas, mesmo que estes sejam apresentados de forma leve”, explica o Dr. Marcos. Embora a endometriose tenha as suas particularidades, quanto mais informações as pessoas tiverem sobre esse assunto, mais cedo poderá ser diagnosticada. “Mesmo não tendo cura, a doença tem tratamento e controle, o que é fundamental para a qualidade de vida em todos os seus aspectos”, finaliza o médico.