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Especialistas destacam o uso de robôs em cirurgias de joelho

Dr. Moisés Cohen:  “os robôs apresentam grandes resultados que, inclusive, serão capazes de convencer os gestores de saúde pública sobre seus benefícios, observando a já consolidada presença da solução no setor privado”

No Brasil, a presença da tecnologia robótica na medicina, assistindo a atuação dos profissionais da saúde, já é uma realidade. Após a chegada ao país, em 2008, a abrangência deste tipo de operação vem sendo ampliada ano a ano. Para tal, foi criada uma verdadeira parceria entre cirurgiões e robôs, e a técnica passou a colecionar relatos positivos da comunidade científica pelos benefícios gerados tanto aos pacientes quanto às equipes médicas. A empolgação com o tema é tão latente que o primeiro simpósio realizado durante o 18º Congresso Brasileiro de Cirurgia do Joelho – CBCJ 2022 foi exatamente este: Inovação e Robótica. O encontro aconteceu na última semana, em São Paulo (SP), entre os dias 20 e 23 de abril.

Durante o CBCJ 2022, diversos especialistas da área trocaram experiências e conhecimentos sobre os procedimentos baseados na parceria entre médicos e a tecnologia, em um evento paralelo: o simpósio ROSA® Knee System– A Personalização Centrada no Cirurgião, durante o qual o Dr. Marco Demange, professor livre-docente da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), destacou os pontos positivos sobre as cirurgias colaborativas.

Segundo ele, “a cirurgia colaborativa permite captar informações antes da cirurgia, por meio de exames de imagem especiais, como a X-Atlas, uma radiografia panorâmica – com esferas metálicas – que permite calcular o tamanho dos componentes da cirurgia, entre eles, a inclinação e o alinhamento das próteses em relação à anatomia óssea, para que o planejamento prévio seja feito em um software exclusivo. Durante a cirurgia, o médico pode captar novamente todos os dados do formato do joelho, especialmente para fazer ajustes finos, de maneira que o sistema robótico colaborativo permita a remoção das saliências ósseas para maior precisão, de forma personalizada para cada paciente”.

O auxílio do robô vem sendo utilizado principalmente na artroplastia, nos casos avançados de artrose, doença que acomete as extremidades ósseas pelo desgaste das articulações e que, segundo pesquisa realizada no Reino Unido e publicada na revista The Bone and Joint Journal, acometeu um número dobrado de pessoas durante a pandemia. Por ser degenerativa, a doença compromete a mobilidade e causa dor aos pacientes, reduzindo sua qualidade de vida.

De acordo com o Dr. Henrique Barra Bisinotto, “para os pacientes, a vantagem de poder ser menos agressivo na cirurgia, facilita a reabilitação. Além disso, esse diferencial minimiza a possibilidade de erros da equipe no posicionamento dos componentes e alinhamento. Talvez na localidade onde moro hoje, interior de Minas Gerais, seja mais difícil a chegada dessa tecnologia, mas havendo oportunidade de trabalhar com ela, tenho muito interesse”.

Na visão do também espectador do encontro, Dr. Altaídes Lima, que atua no Hospital Dr. Lima, em Cascavel, Paraná, por se tratar de algo novo, a comunidade médica ainda tem muito a entender sobre tecnologias como o ROSA® Knee System, que vem com uma proposta inovadora, bastante satisfatória e que promete ter um bom resultado. “Creio que a longo prazo teremos um feedback bastante positivo a respeito do material. Já podemos ver, entre os benefícios oferecidos pela tecnologia, a precisão para a equipe médica e melhores resultados de pós-operatório aos pacientes. Nos próximos anos, a robótica vai impactar as cirurgias ortopédicas em questão de eficiência nos resultados”, comenta.

Segundo Dr. Moisés Cohen, professor titular de Ortopedia, Traumatologia e Medicina do Esporte da Universidade Federal de São Paulo, que também palestrou no simpósio do ROSA® Knee System, a tecnologia veio para ficar, apresentando grandes resultados que, inclusive, serão capazes de convencer os gestores de saúde pública sobre seus benefícios, observando a já consolidada presença da solução no setor privado.

“Pensando em saúde pública, com todos os dados das cirurgias realizadas já computados, podemos notar menor incidência de novas cirurgias, melhora na qualidade de vida do paciente e volta mais rápida ao trabalho. Se colocarmos tudo isso em uma planilha, os próprios gestores de saúde pública vão se convencer que é uma tecnologia cujos benefícios superarão os custos. Esperamos que todos possam se beneficiar do uso do robô. Quando o SUS o estiver utilizando, com certeza, a iniciativa privada estará pensando em outras inovações. É assim que as coisas acontecem”, destaca Dr. Cohen.

Atualmente presente em 13 hospitais e sete estados brasileiros – Bahia, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo -, o ROSA® já beneficiou centenas de pacientes, também conquistando a confiança de profissionais que trabalham com cirurgia de prótese de joelho.

Para os seus defensores, o sistema robótico centrado no cirurgião segue em expansão e alcançará novos estados e redes hospitalares em 2022.

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