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Dengue, sinal de alerta!

Com o período de altas temperaturas e a temporada de chuvas, na maior parte do Brasil, aumenta a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, gerando uma grande preocupação, especialmente após o recorde histórico de 1.017 mortes em 2022 e um continuado aumento de casos em 2023. Além disso, as mudanças climáticas, incluindo fenômenos como o El Niño, têm contribuído para a expansão do vetor em regiões antes consideradas menos propensas à disseminação da dengue, como Centro-Oeste e Sul, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) destaca a gravidade do risco de uma epidemia de dengue, a importância da conscientização da população sobre as medidas preventivas e a relevância dos serviços de diagnóstico médico na identificação e tratamento da doença. “Caso esse cenário se concretize, os laboratórios clínicos terão papel fundamental na avaliação do risco de hemorragias, o que é fundamental para evitar mortes”, declara Wilson Shcolnik, presidente do Conselho de Administração da entidade.

De acordo com dados preliminares fornecidos pelas associadas à Abramed, observou-se um alarmante aumento de mais de 77% no número de exames de dengue realizados na rede privada em um período de quatro semanas, compreendido entre 16 de dezembro de 2023 e 13 de janeiro de 2024.

Na semana de 16 a 22 de dezembro de 2023, foram realizados 8.606 exames de dengue, sendo 18% positivos. Entre 7 a 13 de janeiro de 2024 foram 15.246 exames, com 22% positivos. Em relação à positividade, a porcentagem variou entre 18% e 24% nas quatro semanas em questão, atingindo o maior valor na semana de 31 de dezembro de 2023 a 6 de janeiro de 2024 (24%). 

Os números mostram que as pessoas estão buscando a confirmação do diagnóstico ao sentirem sintomas associados à doença, como febre alta, dores musculares, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

Implantes hormonais. Usar ou não?

            Os implantes hormonais são dispositivos médicos que liberam hormônios no corpo ao longo do tempo. Inserido na pele, através de um tubinho de 4 a 5 cm, contém substâncias que caem na corrente sanguínea e, de maneira controlada, passam a regular a quantidade de hormônios no organismo feminino.

O tratamento é indicado em situações de anticoncepção e doenças que são hormônio dependentes, como endometriose, miomatose, hiperplasia, displasia mamária, osteoporose, e, também, para reposição hormonal – a exemplo de mulheres no climatério e na pós-menopausa.

Apesar das inúmeras vantagens oferecidas à saúde da mulher, os implantes devem ser prescritos sob orientação médica, e não podem ser associados à benefícios estéticos. “Ademais, os tratamentos devem ser individualizados, com substâncias e doses específicas para cada paciente”. A afirmação é do Dr. Walter Pace, Professor Doutor e Coordenador Geral e Docente da Pós Graduação de Ginecologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, Presidente e Médico do PHD Pace Hospital/ BH/MG e ginecologista do Centro de Endometriose no Hospital Santa Joana – SP.

Aumenta contratação de planos médico-hospitalares para idosos. Números batem recordes no País.

Diferentemente de faixas etárias de menor idade, que têm sofrido oscilações no volume de adesões, as contratações de planos médico-hospitalares voltadas ao público idoso têm crescido de forma constante. Em novembro de 2023, os beneficiários com 60 anos ou mais atingiram a marca de 7,5 milhões no País, número recorde desde o início da série histórica disponibilizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 2000. 

As informações são da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB) nº 89, desenvolvida pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). O estudo revela ainda que as contratações de planos de saúde para atender à população idosa foram expressivas e se superaram, especialmente, no período de 12 meses encerrados em novembro do ano passado em todas as modalidades.

Nos coletivos empresariais, por exemplo, a variação anual foi de 5,9% – passaram de três milhões de vínculos, em novembro de 2022, para 3,2 milhões no mesmo mês de 2023. Os individuais ou familiares cresceram 3,1% e totalizaram 2,7 milhões de beneficiários. Já os coletivos por adesão, que contam com 1,6 milhão de vínculos, registraram crescimento de 4,3% no mesmo período.

Para José Cechin, superintendente executivo do IESS, o aumento é representativo nas contratações de planos na faixa etária de 60 anos ou mais, grupo este que naturalmente tende a utilizar mais os serviços de saúde. “Nota-se um crescimento exponencial com recorde de idosos em todas as modalidades de contratação nesse levantamento, diferente dos números apresentados em outras faixas etárias, que tiveram seu ápice em dezembro de 2014 e depois disso sofreram variações”, afirma, reconhecendo que esse público faz um grande esforço para manter os contratos, que contam com mensalidades mais elevadas.

Importante frisar que essa indicação de alta constante em adesões a planos de saúde para idosos também está relacionada com o envelhecimento da população brasileira, conforme dados do Censo Demográfico do IBGE. Entre 2010 e 2022 a população idosa passou de 20,6 milhões para 32,1 milhões, uma alta de 56% desse público que representa 15,8% da população total no último ano.

Eleito novo presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes

O endocrinologista pernambucano Ruy Lyra é o novo presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, para o biênio 2024-2025. A solenidade de posse ocorreu no dia 19 de janeiro, em São Paulo. 

Um de seus principais objetivos da nova diretoria é trabalhar junto aos órgãos governamentais para uma disponibilização maior e mais abrangente de insumos pelo serviço público e, caso possível, a realização de um novo mapeamento de pessoas com diabetes no Brasil. “Esse dado é fundamental para a implementação de todo e qualquer planejamento para os devidos cuidados para os portadores de diabetes”, explica o presidente da entidade.

De acordo com o Dr. Ruy Lyra, o último levantamento presencial sobre a prevalência da doença no Brasil foi realizado em 1988. A partir desse levantamento, segundo ele, pode-se planejar um melhor controle nesses pacientes, o que impactaria consequentemente na redução dos custos com o tratamento das complicações decorrentes do diabetes, a exemplo de problemas renais, cardíacos, de visão e amputações.

Mulheres de Peito

O programa Mulheres de Peito, uma iniciativa da Secretaria de Estado da Saúde em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI) – instituição social filantrópica de saúde, referência em diagnóstico por imagem – atendeu 24.690 mulheres em São Paulo, em 2023. Nas 50 cidades por onde passou, recebeu uma média de 493 pacientes por campanha, promovendo acesso da população à atenção básica em saúde, incentivando mulheres a realizar os exames gratuitamente e prestando apoio ao Sistema Único de Saúde.

Entre as atendidas, 65,35% tinham entre 50 e 69 anos; 24,73% tinham de 35 a 49 anos e 9,92% são 70+. “Essa estatística reflete o perfil dos principais pacientes da FIDI, que são mulheres 50+. Elas se cuidam mais, possuem a rotina de ir a ginecologistas e são os principais públicos de campanhas bem-sucedidas de atenção aos cuidados com a saúde”, explica a Dra. Vivian Milani, radiologista da Fundação.

Do total de exames realizados pela FIDI nas carretas, 306 mulheres foram encaminhadas para tratamento. A mamografia é um exame indispensável para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Se for detectada em fase inicial, aumenta as chances de tratamento e cura, podendo chegar a 98%. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no estado de São Paulo, estima que em 2023 ocorreram 20.470 novos casos da doença, sendo essa a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil.

Dra. Millani destaca que “o Programa Mulheres do Peito leva o acesso a exames diagnósticos, ampliando a prevenção de enfermidades relacionadas à mama. As carretas agilizam o diagnóstico e impactam positivamente a vida de muitas pacientes que aguardavam para realizar um exame de extrema importância para a saúde da mulher”.

Missão África

Levar atendimento médico a uma população de extrema vulnerabilidade em Benim, quinto país mais pobre do continente africano, e oferecer a estudantes e docentes uma oportunidade de desenvolvimento profissional e humanitário. Esses são os principais objetivos da Missão África, projeto da Inspirali, ecossistema de educação médica do país. A Missão acontece de 24 de janeiro a 7 de fevereiro, período em que os missionários visitarão e receberão pessoas de 10 diferentes vilarejos das cidades de Adjarra e Ganvie.

A expectativa é atender 500 pessoas por dia com serviços de saúde e pequenas cirurgias. O hospital (Centre de Santé de Adjarra), já em funcionamento na região, servirá como base, mas a expedição será dividida em grupos com diferentes atuações, para prestar atendimento aos vilarejos locais.

Além de procedimentos cirúrgicos e visitas domiciliares, os missionários também realizarão ações de educação em saúde nas escolas, orientando a população sobre higiene sanitária, escovação, orientação sexual, alimentação, entre outras.

“Na maioria das vezes, prestamos o atendimento próximo às paróquias do vilarejo, montando uma base, mesmo que improvisada, para que todas as pessoas consigam chegar até nós e tenham a oportunidade de receber assistência”, conta o professor Rodrigo Dias Nunes, diretor médico da regional Sul da Inspirali e coordenador do projeto.

Hemofilia

Representantes da Federação Mundial de Hemofilia (WFH, sigla em inglês) estiveram, recentemente, no Brasil para uma série de agendas, entre elas a visita às instalações da nova fábrica de medicamentos recombinantes, parte do complexo fabril da Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia), localizado em Goiana, Pernambuco. Na ocasião, foi debatido o tratamento oferecido aos pacientes desta condição genética rara que afeta a coagulação do sangue. Prestes a ser inaugurada, a fábrica será um marco para a produção nacional do Hemo-8r, para a autonomia nacional em pesquisa e produção de outros biotecnológicos.

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