Após o câncer, médica defende beleza natural e critica exageros na estética

Dra. Denise Ozores: “a medicina estética está aí para ajudar, mas você não precisa apagar quem você é, porque as suas marcas contam histórias”
Foto: Divulgação
Em setembro de 2020, a Dra. Denise Ozores, dermatologista em Feira de Santana/BA, recebeu um diagnóstico que mudaria completamente sua vida: um câncer de mama em estágio inicial, mas com perfil agressivo. “Foi um momento muito difícil. Precisei passar por cirurgia para retirada da lesão, seis ciclos de quimioterapia e radioterapia. Terminei o tratamento no ano seguinte e, agora, em setembro de 2025, completo cinco anos desde o diagnóstico e estou oficialmente de alta, ainda com acompanhamento, mas com riscos bem menores”, relembra.
Ao lado do marido médico, ela narrou sua jornada no livro Curados pela Fé: A jornada de um casal de médicos que superou o câncer através do amor e da fé. A publicação destaca os desafios enfrentados, a importância do apoio mútuo e o papel determinante da fé na recuperação.
A experiência trouxe uma nova luz à visão que ela tem sobre estética. “O meu conselho para as pessoas que estão passando por algum momento difícil, seja na aparência física ou em outro aspecto, é que se reinventem da maneira que entendam ser mais fácil e melhor para elas, seja buscando um tratamento estético que amenize o sofrimento, seja por mudanças internas que contribuam para atravessar essa fase de forma mais confiante e otimista.”
A médica defende que o cuidado estético deve ser guiado pelo autoconhecimento. “Você precisa se conhecer e saber exatamente quem é para, então, cuidar do seu envelhecimento de forma natural. A medicina estética está aí para ajudar, mas você não precisa apagar quem você é, porque as suas marcas contam histórias”, observa.
Ela também ressalta que sua postura profissional se tornou ainda mais acolhedora e autêntica. “Depois do câncer, me tornei alguém mais próxima e empática com meus pacientes. Acho que essa experiência me deixou mais sensível e atenta às necessidades deles, não só estéticas, mas também emocionais.”
Cada vez mais convicta, Dra. Denise aspira construir uma prática estética humanizada. “Nós que temos consciência estética de naturalidade e harmonia não seguimos modismos, não buscamos exageros ou modificações extremas. A medicina estética está aí, mas deve ser usada com consciência, naturalidade e, acima de tudo, segurança.”
Como reflexão sobre transformação interior, ela destaca: “Durante o tratamento, o mais forte foi ter que me perceber por dentro. Por fora, toda aquela vaidade, o cuidado com meu cabelo, minha aparência, tudo mudou. Passei a ter um olhar mais voltado para dentro e a resgatar a minha verdadeira essência, que não estava fora, mas dentro de mim.”