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Aumento de casos de câncer de pulmão acende alerta sobre tabagismo e hábitos de vida

Pneumologista da Rede Mater Dei de Saúde fala sobre a doença, que deve impactar 700 mil brasileiros até 2025

Imagem: Divulgação/ MaterDei

Agosto é escolhido o mês de conscientização sobre o câncer de pulmão – o dia 1º é o Dia Mundial da doença e o dia 29 é marcado no nosso país como o Dia Nacional de Combate ao Fumo, já que ele é o principal fator para o desenvolvimento desse tipo de tumor. Estima-se que haverá uma média de 1,7 milhão de novos casos de câncer de pulmão por ano em todo o mundo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê 704 mil novos casos desse tipo de câncer entre os anos de 2023 e 2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência.

“Há um crescimento exponencial desse tipo de câncer no mundo todo e é preciso estarmos atentos, orientando as pessoas, principalmente para a redução do tabagismo. Além do cigarro tradicional, nos últimos anos as pessoas adotaram o uso do vape, o cigarro chamado eletrônico, que não emite cheiro, mas contém tabaco. Ele pode parecer inofensivo, só que acredita-se que apresente riscos similares ao cigarro comum. Além disso, o tabagismo tem relação direta com a qualidade de vida da pessoa, geralmente acompanhada de perda da prática esportiva, baixa qualidade na alimentação, que também são fatores de risco para diversas doenças incluindo o câncer de pulmão”, explica o pneumologista da Rede Mater Dei de Saúde, Bruno Horta Andrade, Belo Horizonte/MG.

Apesar de aspectos genéticos e predisposição da pessoa em desenvolver o câncer de pulmão, o fumo ainda é o grande e principal gatilho. “Fumar aumenta em 20 vezes a chance da pessoa desenvolver o câncer do pulmão. Isso porque o cigarro contém milhares de produtos de degradação da combustão do tabaco, grande parte deles cancerígenos. O cigarro em vapor é uma estratégia de modernizar o consumo do tabaco e atrair novos consumidores, novas gerações, num novo formato. Ele avança na medida em que não incomoda a sociedade por não gerar cheiro, mas ameaça por manter o consumo do tabaco em alta”, acrescenta o médico.

Segundo Bruno Horta, o câncer de pulmão é um dos considerados pela população em geral como o de maior mortalidade, sendo assim, tão temido. Ele explica que esse tipo de patologia tem uma característica: é silenciosa, por isso, diagnosticada tardiamente.

Conforme destaca o pneumologista, “durante uma parte da evolução, a doença é despercebida e quando chega a emitir algum sintoma e permitir o diagnóstico, comumente já está em fase tardia. A taxa de cura varia amplamente, mas as chances de recuperação dependem do diagnóstico precoce, mas também do histórico de vida e da saúde do indivíduo. Geralmente, o tratamento requerer cirurgia e tratamento oncológico com radioterapia, quimioterapia e imunoterapia. Outra razão de temor para esse tipo de câncer é que como os números têm crescido a cada ano, é uma ameaça à vida da população de forma muito relevante”. Nos últimos anos, ressalta ainda que os avanços da medicina permitiram uma evolução dos recursos de tratamento, permitindo taxas de cura cada vez maiores.

De acordo com o médico, o estilo de vida influencia muito no surgimento de cânceres em geral. Uma pessoa sedentária, com má qualidade de alimentação, está exposta a fatores de poluição ambiental, como ambientes insalubres, com alto índice de gases poluentes, e a outros agressores, que podem representar fatores de risco para esse tipo de câncer.

Sinais – A prevenção é a maior e melhor arma: se você faz uso de cigarro, deve acompanhar o pulmão anualmente, com médico pneumologista, com realização de tomografia. Além disso, é importante ficar atento a alguns sinais, que podem ser confundidos com outras condições respiratórias comuns. Entre eles estão a tosse persistente (que não melhora ou piora com o passar do tempo, especialmente se for acompanhada de expectoração de sangue ou muco com sangue); falta de ar, com dificuldade crescente em respirar ou respiração ofegante que não está relacionada a atividades físicas extenuantes; dor no peito constante, sem relação com tossir ou respirar profundamente; rouquidão, com alterações na voz, e que não desaparece após algumas semanas; infecções respiratórias recorrentes, como pneumonia ou bronquite, que não melhoram com tratamentos convencionais; fadiga e cansaço excessivo; e perda de peso sem motivo aparente.

Equipe multidisciplinar – “É importante destacar que esses sintomas também podem ser causados por outras condições menos graves. Contudo, se você ou alguém que conhece apresentar esses sinais persistentes, é fundamental consultar um médico para investigação adequada e diagnóstico precoce. Nossa rede trabalha de forma multidisciplinar com os casos de câncer de pulmão, com médicos especializados em Oncologia e Pneumologia para acompanhar e dar diagnóstico para cessão do tabagismo. Há ainda profissionais em Radiologia, Radioterapia e Cirurgia Torácica bem estruturadas. Fazemos reuniões semanais, entre esses profissionais que atuam nos hospitais da Rede Mater Dei, inclusive de outros estados, em busca de melhorias e precisão nos diagnósticos e também na troca de estudos de caso sobre as melhores condutas médicas a serem adotadas – tanto para fazer a prevenção do câncer de pulmão como para os casos em que a doença já foi identificada”, diz o pneumologista.

Rede Mater Dei, acesse:  https://www.materdei.com.br/ 

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