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Brasil recebe exame PCR de nova geração, que viabiliza testagem em massa recomendada pela OMS

Guilherme Ambar, da Seegene: “O teste molecular, PCR, analisa o swab do nariz e garganta e o resultado tem 100% de precisão”

O Brasil é um dos primeiros países do mundo a receber o novo teste PCR de detecção da COVID-19 da Seegene, com sede em Belo Horizonte, que elimina a etapa de extração, garantindo o resultado em poucas horas e não em até 48 horas, como os testes da geração anterior. O anúncio foi feito por Guilherme Ambar, representante da empresa coreana produtora do teste, que já recebeu o licenciamento da Anvisa. Também a União Europeia licenciou o novo produto.

O teste molecular, PCR, atualmente em uso, analisa o swab (cotonete estéril) do nariz e garganta e o resultado tem 100% de precisão, explica o CEO da Seegene. O problema é que como o material coletado inclui bactérias, células do organismo, químicos do meio de transporte e mesmo outros vírus, até agora é preciso fazer um procedimento demorado para purificar a amostra, a ‘extração’. Só depois ela é testada para identificar a presença do próprio vírus e não dos anticorpos, como os testes rápidos. Essa ‘extração’ só pode ser feita em laboratórios devidamente equipados, que no Brasil são poucos e com capacidade limitada.

Para Guilherme Ambar, “o gargalo da carência de laboratórios, hoje concentrados em poucos Estados, é que está dificultando a testagem em massa recomendada pela OMS”, apesar do Ministério da Saúde ter adquirido só da Seegene Brazil, 10 milhões de unidades.

Com o teste de nova geração, Allplex SARS-CoV-2 Assay, é feita uma única reação para se obter o resultado. Ele identifica 4 genes-alvo (RdRP, S e N específicos para o SARS-CoV-2 e E para todos os Sarbecovírus, incluindo SARS-CoV-2), sem necessidade da etapa de extração.

Outras vantagens do novo teste são a capacidade de detectar o vírus mesmo em amostras com baixa carga viral, isto é, de pessoas cujo organismo têm pouco vírus, redução do custo do processamento em quase 50%, do tempo para conseguir o resultado e da possibilidade de ser processado mesmo em pequenos laboratórios.

Dada à urgência da testagem em massa, agora que há risco efetivo de novas ‘ondas’ de contaminação em vários Estados, as equipes dos laboratórios são treinadas e capacitadas in loco para processar os novos testes.

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