Em FocoÚltimas Matérias

Câncer de bexiga: sinal de alerta e tratamento

Embora o tabagismo seja a principal causa para esta doença maligna, há outros fatores de risco, como infecções recorrentes do trato urinário, genética, exposição a substâncias industriais voláteis e algumas terapias medicamentosas”

Imagem: Divulgação

Em todo o mundo, mais de 800 mil pessoas no mundo já perderam a vida, somente entre os anos de 2019 e 2023, em decorrência do câncer de bexiga, tipo de doença mais incidente em homens. No Brasil, foram mais de 19 mil óbitos. Embora o tabagismo seja a principal causa para esta doença maligna, há outros fatores de risco, como infecções recorrentes do trato urinário, genética, exposição a substâncias industriais voláteis e algumas terapias medicamentosas. Os números mostram a relevância da prevenção e do diagnóstico e tratamento precoce como estratégias fundamentais para não entrar nessa estatística.

O câncer de bexiga se origina na camada de células que revestem o interior da bexiga, ureteres, uretra e pelve renal, conhecida como células de transição. Também chamado de carcinoma de células de transição (TCC) ou carcinoma de células uroteliais (UCC), o tumor se forma quando essas células crescem rápida de forma incontrolavel, diferentemente das células normais, explica o médico Avivit Peer, oncologista assistente na Clínica Geniturinária do Rambam Health Care Campus, no Joseph Fishman Oncology Center e diretor da Unidade de Ensaios Clínicos do hospital em oncologia, em Israel. Em colaboração com a MSD, uma empresa líder em pesquisa sobre câncer, Peer fornece insights e recomendações sobre o tratamento do câncer de bexiga no país.

Segundo informa, há dois tipos principais de tumores de bexiga, dependendo de quão profundamente o tumor penetrou na parede da bexiga: superficial e invasivo. Os tumores superficiais estão em estágio inicial e não penetraram além das camadas superficiais que revestem a bexiga. A maioria dos pacientes é diagnosticada neste estágio. Os tumores não invasivos são removidos cirurgicamente, às vezes com terapia medicamentosa localizada adicional. No entanto, observa o especialista, “um quarto dos casos são diagnosticados em estágio avançado, quando o tumor invadiu o músculo da parede da bexiga ou além, ou quando há linfonodos afetados ou metástases em órgãos fora do trato urinário.

O tratamento deve ser abrangente para evitar a disseminação da doença, mostrar sua progressão, diminuir o tumor e estender a expectativa de vida do paciente. Ele pode envolver a remoção cirúrgica da bexiga, radioterapia combinada com quimioterapia e terapias biológicas, como imunoterapia”, explica Peer.

Sinal de alerta – O principal sinal de alerta de um tumor maligno da bexiga é a presença de sangue na urina. “Às vezes, o sangue é visível, mas pode ser detectável apenas em pequenas quantidades por meio de exames laboratoriais. Por isso, se você notar uma mudança na cor da urina e suspeitar que ela contém sangue, procure imediatamente orientação médica. Identificar a causa subjacente e descartar possíveis razões é crucial para o diagnóstico e tratamento adequados”, alerta o médico do Rambam.

Outros sintomas de tumores da bexiga incluem sensação de queimação, aumento da frequência ou dor ao urinar, bem como dor nas costas. Como esses sintomas são frequentemente associados a outras condições, como cálculos renais ou infecções do trato urinário (ITUs), às vezes há dificuldade em diagnosticar a doença, especialmente em mulheres.

“Infelizmente, muitas mulheres na faixa dos 50 anos são diagnosticadas erroneamente com infecções recorrentes do trato urinário, levando a um diagnóstico tardio. Portanto, é essencial aumentar a conscientização”, destaca O Dr. Peer, lembrando que o câncer de bexiga não é apenas uma doença masculina; também pode afetar mulheres”.

Novos tratamentos – Atualmente, com o avanço da medicina, até mesmo pacientes com câncer de bexiga avançado têm uma esperança realista de vidas mais longas e gratificantes. “Desde a década de 1970, o tratamento para câncer de bexiga avançado permaneceu praticamente inalterado, contando principalmente com quimioterapia. No entanto, a recente introdução da imunoterapia, que aproveita o próprio sistema imunológico do corpo para atacar células cancerígenas, trouxe uma importante evolução. Hoje, a abordagem de tratamento mais promissora combina imunoterapia com outras terapias, oferecendo o potencial para maior eficácia e até mesmo, em alguns casos, uma cura”, celebra o médico.

Conforme explica, “esses avanços são significativos. Expandir as opções terapêuticas para tratar o câncer de bexiga melhora os resultados dos pacientes e estende suas vidas. Além disso, os médicos estão mais aptos a controlar a doença, dando um novo panorama na condução do tratamento do câncer de bexiga”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo