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Como evitar lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares

Dr. Leandro Yoshinobu: “as dores podem melhorar com o descanso no começo, mas se não forem tratadas podem piorar”

As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Ostemomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são as doenças que mais acometem os trabalhadores brasileiros. Segundo dados do Ministério da Saúde, publicado em abril de 2019 e atualizado em novembro de 2022, mostram que em 10 anos as duas doenças aumentaram em 184%, com 67.599 casos registrados. O quadro da LER/DORT é tão grave no mundo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o dia 28 de fevereiro como data de conscientização desses males.

O termo LER é mais conhecido do grande público e se refere à sobrecarga após a realização de um mesmo movimento por muitas vezes. Porém, nem sempre essas queixas causam lesões propriamente ditas, conforme explica o ortopedista Leandro Yoshinobu, do Hospital Edmundo Vasconcelos/São Paulo. Segundo ele, “existem outras situações de sobrecarga, que não são por esforços repetitivos, como atividades que exijam contração muscular de forma estática por muito tempo, sobrecarga por peso excessivo, dores relacionadas a má postura ou ergonomia inadequada. Para englobar essas situações surgiu o termo DORT que é mais amplo”.

Sintomas – Os principais sintomas desses dois males são as dores nos braços, mãos e outras partes do corpo usadas no trabalho. Segundo o especialista, as dores podem melhorar com o descanso no começo, mas se não forem tratadas podem piorar e pode ser necessário realizar outras intervenções além do repouso como fisioterapia, infiltrações e cirurgias.

Para evitar essas dores, o médico destaca três pontos principais: fazer exercícios regulares, ter um ambiente de trabalho confortável (boa ergonomia) e fazer pausas regulares para descansar. “Manter uma atividade física regular é o principal fator, pois deixa a musculatura mais preparada para aguentar uma carga maior. Um bom condicionamento físico também causa um aumento no limiar de dor, ou seja, para sentir dor, a pessoa normalmente precisa de um estímulo maior que em pessoas sedentárias. Uma ergonomia adequada no ambiente de trabalho diminui consideravelmente a sobrecarga musculoesquelética. Já as pausas periódicas são importantes para “descansar” e alongar a musculatura de tempos em tempos”, avalia.

Em casos de sobrecarga por peso excessivo, também é válido pensar em dispositivos que auxiliam na distribuição da força (como sistema de polias e alavancas), além de pedir ajuda dividindo a carga com outras pessoas, alerta o médico.

Conforme destaca, quase todo mundo está propenso a desenvolver alguma DORT, mas alguns trabalhos podem oferecer fatores de risco, como aqueles que exigem a realização de um mesmo movimento por tempo prolongado (como linha de montagem de produtos ou digitação excessiva), trabalhos em locais com ergonomia inadequada ou que exijam o carregamento de muito peso.

Por fim, Leandro destaca que o principal é realizar a prevenção, mas que é importante procurar um médico se houver uma dor já estabelecida. “É importante procurar um médico para definir um diagnóstico e decidir a melhor estratégia de tratamento. Para esses casos, acredito que os profissionais mais capacitados são os médicos do trabalho, ortopedistas, fisiatras e reumatologistas”, finaliza.

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