Doença de Parkinson: sintomas e tratamento

Reconhecer os sintomas cedo pode garantir o melhor manejo da condição e melhorar a qualidade de vida dos pacientes
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que cerca de quatro milhões de pessoas no mundo vivem com Mal de Parkinson. Essa condição neurodegenerativa é mais frequente em pessoas acima dos 60 anos. Além disso, um estudo publicado pela revista científica The BMJ aponta que o Parkinson irá afetar mais de 25 milhões de pessoas até 2050.
De acordo com o neurologista Edson Issamu Yokoo, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo/São Paulo/SP, “reconhecer os sintomas cedo pode garantir o melhor manejo da condição e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O início rápido do tratamento medicamentoso e de outras terapias (fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia) pode aliviar os sintomas motores e retardar (tremor, bradicinesia, rigidez), bem como retardar sintomas não-motores (distúrbios do sono, depressão, constipação), proporcionando maior conforto e funcionalidade ao paciente”, comenta ele.
Conforme estudo publicado na The BMJ, a faixa etária mais impactada será acima de 80 anos, a proporção de homens e mulheres afetados aumentará de 1,46 para 1,64 no período.
Para compreender melhor esta condição, o Dr. Edson Issamu aponta, a seguir, cinco mitos sobre a doença. Confira:
1. O tremor é o único e principal sintoma da Doença de Parkinson – Mesmo que o tremor seja o sintoma mais conhecido e aparente em muitos pacientes com Parkinson, ele não é o único, nem o mais incapacitante para todos. O sintoma motor mais importante e universalmente presente é a bradicinesia (lentidão dos movimentos).
Outros sintomas motores incluem rigidez muscular e instabilidade postural. Além disso, a doença de Parkinson é multissistêmica e apresenta diversos sintomas não-motores, como distúrbios do sono, depressão, ansiedade, perda do olfato, constipação e problemas cognitivos”.
2. A Doença de Parkinson afeta apenas pessoas idosas – É verdade que a maioria dos casos de Parkinson é diagnosticada em pessoas com mais de 60 anos. No entanto, a doença pode se manifestar em adultos jovens (antes dos 50 anos). Além disso, o Parkinson juvenil pode surgir em pessoas com menos de 21 anos, porém, é uma condição rara.
3. Existe um exame que comprova a Doença de Parkinson – Ainda hoje, não existe um exame laboratorial ou de imagem que confirme o diagnóstico de Parkinson. Ele é essencialmente clínico, baseado na avaliação neurológica dos sintomas do paciente e na sua história médica. Exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia, são geralmente utilizados para descartar outras condições que possam causar sintomas semelhantes.
4. A Doença de Parkinson é uma condição incurável e debilitante, que leva à total dependência – É verdade. No entanto, existem tratamentos eficazes (medicamentos, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e, em alguns casos, cirurgia) que ajudam a controlar os sintomas, melhorar significativamente a qualidade de vida e manter a autonomia dos pacientes por muitos anos. “Com o manejo adequado, muitos pacientes conseguem levar uma vida produtiva e com boa funcionalidade.
5. A Doença de Parkinson pode levar à Doença de Alzheimer – A Doença de Parkinson e a Doença de Alzheimer são condições neurológicas distintas, com mecanismos e áreas diferentes do cérebro afetadas. Uma não causa a outra. Embora pacientes com Parkinson possam desenvolver problemas cognitivos (demência associada à Doença de Parkinson), isso é diferente da Doença de Alzheimer, que é uma patologia à parte.